A solidão e sua porta

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)

quando pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

arquitetar na sombra a despedida
deste mundo que te foi contraditório
lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
entrar no acaso e amar o transitório.

Carlos Pena Filho (Recife, 17 de maio de 1929 — Recife, 1 de julho de 1960).

Poema enviado por WhatsApp pelo amigo Edney Cielici Dias, poeta e autor do livro “Cartas da alteridade”.

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 60 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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