“Em 1983 e 1984 recém chegado da Inglaterra , eu estava focado no desenho, gravura e aquarela , continuando a pesquisa que iniciei em 1981 onde me interessei por fazer analogias poéticas entre detalhes do corpo humano e formas da natureza como conchas, nuvens e montanhas . Na mostra individual que realizei na Galeria Paulo Figueiredo em São Paulo, em outubro de 1982, apresentei uma seleção destas gravuras e aquarelas .
Minha pesquisa seguiu nesta direção por algum tempo mas aos poucos meu interesse passou a se voltar exclusivamente para a figura humana.
Esta série de desenhos realizados entre 1983 e 1985 foram realizados em colaboração com o bailarino e modelo Celso Nogueira. Meu novo interesse nesta série foi trabalhar não só o corpo humano em movimento como testar os limites da minha percepção e representação da figura humana.
Eu buscava me afastar de uma descrição realista do assunto, tal qual vinha trabalhando nos anos anteriores. Queria ganhar liberdade no gesto e na utilização exclusiva da linha como registro gráfico puro e essencial reunindo nela a síntese entre o bidimensional e o tridimensional aliando a expressão do corpo humano, sua potência de sensualidade, movimento e pulsação. No inicio desta série, mantive a fidelidade à forma e junto a ela a liberdade em sobrepor as figura em movimentos sucessivos, o que trouxe uma nova liberdade nas composições com transparência e leveza .
No decorrer destes 3 anos passei a solicitar movimentos em “câmera lenta” do modelo trazendo a mim mesmo maiores desafios aos desenhos rápidos, com gestualidade acentuada e gradual afastamento de detalhamentos do corpo, me concentrando nos eixos que mais definiam aquelas presenças corpóreas traduzidas em grafismo em forma de ritmo.
O resultado deste trabalho que reuniu dezenas e dezenas de desenhos foi apresentado na mostra “Desenhos”, realizada no Paço das Artes na gestão de Alberto Beutenmuller em julho de 1985 .
A mostra contou com a crítica publicada de Radhá Abramo na Folha Ilustrada e de Alberto Beuttenmuller na revista Visão durante o período da mostra.”
Texto do artista Arnaldo Battaglini (abril 2020)
Essas obras encontram-se disponíveis na galeria Gravura Brasileira.
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