Tudo o que você me der é seu – Prosas de mulheres na arte popular

Abertura da exposição: 5/12 – Das 11 – 17h

“O Novos Para Nós e a Central Galeria convidam a todos para a abertura da exposição “Tudo o que você me der é seu – Prosas de mulheres na arte popular”. A mostra contará com obras de quatro artistas brasileiras de diferentes origens, gerações e repertórios: Efigênia Rolim, Lira Marques, Nilda Neves e Rosana Pereira. Para agendar sua visita, acesse o link que estará disponível a partir desta segunda no perfil da @centralgaleria.

Serviço: Tudo o que você me der é seu – prosas de mulheres na arte popular. Central Galeria: Rua Bento Freitas, 306 – São Paulo-SP. De 5/12/2020 a 30/01/2021. Abertura 5/12 – Das 11-17h. Uso obrigatório de máscara e prática dos protocolos de segurança.”

Em tempo: “Últimos horários – Visita guiada neste sábado (23/01), 11-17h. Agendamentos no link do perfil da @centralgaleria (https://www.centralgaleria.com/instagram-bio).

Efigênia Rolim (1931), natural de Abre Campo (MG), iniciou sua produção artística em Curitiba (PR). Conhecida como “Rainha do Papel de Bala” há mais de 30 anos, um fato mudou toda a sua história: andava pela rua quando viu um objeto brilhante no chão. Surpresa, se abaixou para pegá-lo; era “apenas” um papel de bala. Pensou nas relações que estabelecemos com pessoas e concluiu que, enquanto o papel tivesse uma função embrulhando o doce, despertaria interesse por parte de alguém. Chamou-o, então, de “mísero caído”. Começou a recolher todos os que via pela frente, pensando: “Se conseguir um por dia, no final do ano tenho 365” – enquanto as pessoas só a chamavam de louca. “Ninguém achou que eu fosse vingar.”

Os papéis invadiram suas vestimentas e, juntamente com outros materiais considerados “lixo”, são matérias-primas das esculturas, compondo também apresentações e poemas. “As pessoas ficam impressionadas com o trabalho que tenho para fazer minhas peças, mas não há nada que eu goste mais do que isso. É preciso de imaginação e querer fazer.” Marcados pelo processo de acúmulo, destruição, construção, ressignificação e bricolagem, seus trabalhos apresentam narrativas oniscientes inspiradas em contos de fada. Seus personagens e histórias transitam entre o real e o extraordinário, frequentemente manipulados com o recurso pedagógico da repetição. Apresentamos a inédita série Natureza racional, justificada pela artista com: “Cansei de falar com os homens, agora vou falar com os animais”. Autointitulada Guardiã do Mundo, com a voz no presente e seu eco no futuro, Efigênia nos provoca a respeito da sustentabilidade e das próximas etapas da humanidade ao interferir no tamanho real dos homens e bichos, propondo novas dimensões e relações entre eles.”

Renan Quevedo

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Marcos Vidinha: Marcas do tempo (Marks of time) e Berço das estrelas (Cradle of the stars)

Marcos Antonio Moreira Vidinha nasceu em 1953 no Rio de Janeiro–RJ e atualmente mora em Santos–SP. Sua formação escolar é de Engenheiro (aposentado) e de Pintor Artístico. Dedica-se à leitura de livros e publicações especializadas em pintura artística e à assistir vídeoaulas de pintura artística no YouTube.

“Desde criança desejava pintar, mas só iniciei em 2010 (aos 57 anos). Minha preferência é por tinta acrílica e pincéis, mas utilizo também, tinta a óleo e espátula. Estudei pintura através de livros, publicações especializadas e vídeoaulas no YouTube. Optei por não desenvolver estilo único (próprio), para ter liberdade de criar e pintar, diversificando, sem limite rígido de regras. Admiro as obras de vários pintores geniais, como, Van Gogh, Renoir e Leonid Afremov, mas acredito não sofrer influencia deles. São minhas fontes de inspiração: imaginação e a criatividade sobre a realidade.

Busco expressar pensamentos e sentimentos, me desafiando a despertar curiosidade e reflexão no observador. Para mim, criar e pintar são atos emocionais, com momentos de tranquilidade (poucos), e muitos, de inquietação e insegurança.

Registro minhas obras através de fotos e do RAP – Registro Artístico da Pintura (espécie de “Certidão de Nascimento e Identidade” de cada pintura). Meu desejo, através da pintura, é deixar minha lembrança registrada, para esposa, filha, neta e futuros descendentes, quando eu deixar de viver nesse planeta azul. Meu sonho utópico é ter uma pintura no acervo de um museu (nacional ou internacional).”

Marcos Antonio Moreira Vidinha

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Cobra Norato (fragmento)

XXXII

— E agora, compadre,
eu vou de volta pro Sem-Fim.

Vou lá para as terras altas,
onde a serra se amontoa,
onde correm os rios de águas claras
em matos de molungu.

Quero levar minha noiva.
Quero estarzinho com ela
numa casa de morar,
com porta azul piquininha
pintada a lápis de cor.

Quero sentir a quentura
do seu corpo de vaivém.
Querzinho de ficar junto
quando a gente quer bem, bem;

Ficar à sombra do mato
ouvir a jurucutu,
águas que passam cantando
pra gente se espreguiçar,

E quando estivermos à espera
que a noite volte outra vez
eu hei de contar histórias
(histórias de não-dizer-nada)
escrever nomes na areia
pro vento brincar de apagar.

Raul Bopp (Vila Pinhal, atual Itaara – RS, 4 de agosto de 1898 — Rio de Janeiro – RJ, 2 de junho de 1984)

“Cartas da alteridade”, de Edney Cielici Dias

CURSO E MONTA

o Rio da Prata, um dia conheci Paraná
curso de uma vida e de mim mesmo
quase a desembocar no Atlântico
parecem dois oceanos, duas anulações
curso em que agora refaço a soma
esperança de me dissipar no imenso

Edney Cielici Dias – Cartas da alteridade

“Com satisfação registro o recebimento, na bela edição Demônio Negro, de seu livro. Desde o início da leitura, constatei a maestria estilística dos poemas, a variedade temática, a originalidade das imagens, tudo, enfim, que aponta, de fato, para a escrita como carta de alteridade – em particular nos textos que integram a derradeira parte da obra.”

Profº. Antônio Carlos Secchin, titular da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras, um dos maiores especialistas em poesia do Brasil.

Sobre autor

Edney Cielici Dias, poeta devotado ao ofício da palavra, é doutor em ciência política, economista, jornalista e editor.

Selo Demônio Negro
R$ 50,00

Leia mais

Hedva Megged: para você apreciar

“Para você amiga, cliente amante das artes… Convido a apreciar meu trabalho neste ano, série “Espelhos urbanos” – Coleção Av. Paulista 2020 e Av. Atlântica – Rio 2020. Encontra-se permanentemente em SP peças exclusivas:

  • Loja Debora Quer – Horário de atendimento é de segunda à sexta feira das 11 às 17h e aos sábados das 11 às 15h. Caso alguém precise ser atendido fora desse horário , podemos agendar pelo (11) 9 9987-3705.
    Rua Haddock Lobo, 937 – Jardins – Instagram: @deboraqueroficial, (11) 3086-3466.
  • Loja Maestria D´arte Presentes.
    Rua Desembargador do Vale, 229 – Perdizes, telefones (11) 3675-7508, (11) 3675-7506.

Encontra-se lá – estolas, echarpes e blusas pintados na técnica francesa serti sobre seda e casacos dupla-face de poliéster traquinado e tingido + algodão tingido.”

Hedva Megged

Nascida em Israel, pós-graduada pela Escola de Belas-artes em Tel-Aviv. Aperfeiçoou seus estudos com o artista e mestre David Alfaro Siqueiros trabalhando nos seus murais no México. Realizou inúmeras exposições individuais e participou de outras tantas coletivas; Alcançou vários prêmios e foi notificada em muitas publicações. Vive no Brasil desde 1972 atuando nas manifestações e suportes das artes visuais e atualmente – desde 1990 – está engajada no movimento “Vestir-se com arte”.

Contatos:
www.facebook.com/hedva.megged
www.instagram.com/hedvamegged
hmegged@gmail.com

Milagres

Ora, quem acha que um milagre é alguma coisa de especial?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres:
ou ande eu pelas ruas de Manhattan,
ou erga a vista sobre os telhados
na direcção do céu,
ou pise com os pés descalços
bem na franja das águas pela praia,
ou fale durante o dia com uma pessoa a quem amo,
ou vá de noite para a cama com uma pessoa a quem amo,
ou à mesa tome assento para jantar com os outros,
ou olhe os desconhecidos na carruagem
de frente para mim,
ou siga as abelhas atarefadas
junto à colmeia antes do meio-dia de verão
ou animais pastando na campina
ou passarinhos ou a maravilha dos insectos no ar,
ou a maravilha de um pôr-de-sol
ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes,
ou o estranho contorno delicado e leve
da lua nova na primavera,
essas e outras coisas, uma e todas
— para mim são milagres,
umas ligadas às outras
ainda que cada uma bem distinta
e no seu próprio lugar.

Cada momento de luz ou de treva
é para mim um milagre,
milagre cada polegada cúbica de espaço,
cada metro quadrado da superfície da terra
por milagre se estende, cada pé
do interior está apinhado de milagres.

O mar é para mim um milagre sem fim:
os peixes nadando, as pedras,
o movimento das ondas,
os navios que vão com homens dentro
— existirão milagres mais estranhos?

Walt Whitman (Huntington, Virgínia Ocidental, 31 de maio de 1819 – Camden, Nova Jérsei, 26 de março de 1892), in “Leaves of Grass”

Rogéria Ribeiro do Amaral: Bonecas e bonecos

“Sou Rogéria Ribeiro do Amaral, me intitulo artesã, artista e arteira, não possuo formação Acadêmica… tudo que faço aprendi e desenvolvi sozinha mas tenho uma grande vantagem: desenho desde pequena… e olha que isso tem tempo… rsrs!! Há trinta anos pinto quadros e lindas almofadas que são meu carro chefe. Desenvolvi estes bonequinhos que são os meus xodós… trabalhosos mas, são o máximo, eles têm por volta de 30 a 40 cm… são desenhados em malha branca de algodão e depois pintados… depois de costurados a mão recebem enchimentos  e, são repintados… assim nascem grandes escritores , artistas de cinema , grandes mestres da pintura entre outros, que povoam meu imaginário. Amo o que faço e, todos os meus trabalhos tem um pouquinho de minha alma e amor.❤ “

Rogéria Ribeiro do Amaral

Legenda das fotos: Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral e o movimento Antropofágico;  Frida Kahlo fire tea e Jorge Amado e sua máquina de escrever na sua casa do Rio Vermelho.

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