Mês: março 2020
Patrícia Helney: Série “Memórias Poéticas da Alma Regional”
Patrícia Helney
Essa artista vem se destacando no panorama das artes plásticas com um vasto currículo com mais de 25 premiações nacionais e internacionais ao longo de 40 anos de exposições no Brasil e no mundo. Sua linguagem é da Arte Naïf, com a riqueza das cores e a simplicidade das histórias contadas em suas telas.
“Amo a vida, a arte, a música, a literatura, a dança e o meu maior tesouro é a minha família.”
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Um spot no Cosme
Cosme Martins
“Este rapaz é um cabra lutador lá do norte. Cosme Martins é maranhense e vive no Estado do Rio de Janeiro. Artista plástico profissional, é dedicado em suas vinte e quatro horas. Tive a satisfação de conviver e conhecer este distinto, simples, discreto ser, uma figura artística de grande valor, um bom exemplo de superação de origem, me encanta. Consciente do seu ofício, desenvolve um trabalho abstrato de muita delicadeza e fundo sutil, essa sutileza aliás, convém dizer, esteve “guardada” de modo inconsciente durante muito tempo e veio aos poucos, emergindo com uma clareza e força bem definidas, chegando à atual fase, onde os casarios ganham corpo e assumem cada vez mais o protagonismo da cena. Tenho muito prazer em acompanhar seu desenvolvimento e aproveito para dividir com os amigos.”
Renato Rosa
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O Acossado (“À bout de souffle”)
Filme marcante em minha vida provecta de cinéfilo. Essa película francesa em preto e branco, do gênero drama, comédia e policial, realizado em 1960 pelo diretor e roteirista da Nouvelle vague Jean-Luc Godard e com roteiro baseado em história de François Truffaut, é estrelado por Jean Seberg (Patricia Franchini) e Jean-Paul Belmondo (Michel Poiccard) e conta a história de Michel que rouba o carro de um militar americano em Marselha, mata um policial no caminho para Paris e, ao chegar lá, encontra Patrícia, que já conhecia previamente. Ela é uma liberal jovem norte-americana aspirante a jornalista que trabalha como vendedora do jornal New York Herald Tribune nos Champs-Élysées. Ao mesmo tempo que foge da polícia, Michael aplica outros golpes na cidade enquanto tenta convencer Patrícia a envolver-se romanticamente com ele. O objetivo final de Michel é escapar para a Itália, mais precisamente Roma, onde ele acredita que encontrará refúgio. Já identificado como o assassino do policial, sua foto figura em todos os jornais.
“À Bout de Souffle” é uma expressão da língua francesa que significa na língua portuguesa: “No final das forças, sem fôlego”, numa referência à constante fuga do personagem Michel Poiccard.
Em 1983 foi realizada nos Estados Unidos uma refilmagem, que recebeu o título de “A força do amor” (Breathless), e que foi estrelada por Richard Gere e Valérie Kaprisky.
Dalton Costa: Nuvem e Iemanjá
Dalton Costa
Nascido em Goiânia/ GO em 1955, vive e mantém atelier de pintura e escultura em Maceió/ AL. Artista contemporâneo de múltiplas técnicas, suas obras são realizadas a partir de pintura, escultura e montagens. Uma das principais características de seu trabalho é o uso de madeiras nobres de demolição, portas e janelas de cedro, imbuia, louro e marfim. Realiza extenso trabalho de pesquisa viajando pelo nordeste, em regiões como o Vale do Catimbau, Chapada Diamantina e principalmente as margens do Rio São Francisco. Nos últimos anos tem se dedicado à realização de vídeos documentários sobre a vida e a obra de artistas populares, tais como “Fernando Rodrigues, o Guardião de Memórias”, “Dona Irinéia , a Senhora do Barro” – Direção e Imagens e “O universo Lúdico de Resendio”. Em seu currículo constam 10 exposições individuais e inúmeras coletivas, além de citações nas principais publicações de arte. Sobre sua obra escreveu recentemente Célia Campos, doutora em Artes pela USP: “A atual produção de Dalton Costa mostra uma profunda transformação da sua expressão artística, é como se, neste momento, ele pusesse de lado todas as suas experiências formais e técnicas anteriores. Nesta exposição o artista organiza um discurso que tenta falar “por meio das coisas”, através de instalações com elementos que se repetem em diferentes organizações: corações, fitas, textos, caixas; organizações onde cada elemento está carregado de significados implícitos. A sua recusa à antiga técnica faz existir agora uma “técnica projetual” conforme conceituava Argan, a qual consiste em tomar posse e usar coisas e imagens que fazem parte do contexto social e do ambiente local. A isto se chega através da coleta, da apropriação de objetos que pertencem ao mundo; é o acúmulo de coisas apanhadas, de coisas “vividas” que já cumpriram as suas funções originais. Há uma ênfase à técnica do artesão, do marceneiro numa busca para se relacionar com as camadas mais internas – viscerais – do material escolhido. Por outro lado a voz do artista se faz presente através dos textos que aludem à consciência do vazio, da fragilidade humana, de uma religiosidade sem respostas, à quase ausência da esperança… Eis o contraponto entre a experiência vivencial e sua manifestação expressiva. O artista quer nos contar algo, quer nos fazer cúmplices da sua experiência, companheiro em suas buscas e para isso pede-nos a interagir com sua obra, seja tocando seus objetos, seja lendo seus discursos. Esta é uma produção artística de forte cunho catártico que representa uma viagem para dentro do sofrido interior do artista. Mas é uma produção capaz, por sua própria força, de transcender o drama individual da qual ela se originou. Aqui cada obra, cada palavra abrem um pequeno vão no arquivo da memória ou revolvem a matéria fragilmente preservada no sótão do inconsciente. Este é o caminho que Dalton Costa busca para encontrar no espaço da criação o significado para continuar existindo como homem e como artista.
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Gejo, O Maldito: Tatu isolado
(Spray sobre papel algodão Fabriano 300 gm)
Gejo, O Maldito
Nascido na Bahia, ele ingressou no graffite, hip hop e stencil no meio dos anos 90 e popularizou o graffiti e o hip hop nas escolas públicas. Massificou o termo arte/ educação, participou das ONG’s mais relevantes de São Paulo; expôs em escolas, bibliotecas, museus, galerias e exposições nos Estados Unidos, Alemanha, Israel, Canadá, Bélgica, Cingapura e Itália. É criador da marca de “Hip Hop 9370”, editor da revista Arte na Ruas e criador do evento “Free Art Fest”. Atualmente é proprietário do ponto cultural Elo Perdido e da Free Art Agency, que é uma empresa de artistas brasileiros que realiza oficinas, palestras, presta assessoria para assuntos de Street Art, produz ações artístico-culturais para galerias, espaços culturais, ONGs, Estados e empresas. Suas obras refletem as relações humanas nas áreas das questões ambientais, sociais, educacionais, políticas com tons de humor e muitas vezes de críticas com denúncias sociais.
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Em memória de minha mãezinha
Hoje, 25/03, se estivesse viva, minha mãe Maria do Carmo Ferreira Matosinho, apelidada de Carmita, estaria completando 94 anos. Foi tão cedo, em 1966, aos 40 anos… Saudades!
* Motuca/ SP, 25 de março de 1926 – + Ourinhos/ SP, 5 de abril de 1966
Luiza no rio Carrasco do Pinto – Piauí
Jardim Botânico de São Paulo
Fazenda
Vejo o Retiro: suspiro
no vale fundo.
Retiro ficava longe
do oceanomundo.
Ninguém sabia da Rússia
com sua foice.
A morte escolhia a forma
breve de um coice.
Mulher, abundavam negras
socando milho.
Rês morta, urubus rasantes
logo em concílio.
O amor das éguas rinchava
no azul do pasto.
E criação e gente, em liga,
tudo era casto.
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987). In “Lição de Coisas”. 1962.