O direito de passagem

Transitando com a idéia posta
Em nada deste mundo

A não ser o direito de passagem
Eu desfruto a estrada por

Efeito de lei –
Vi

Um homem de idade
Que sorriu e desviou o olhar

Para o norte, além de uma casa –
Uma mulher azul

Que estava rindo e se
Inclinando para a frente

A fim de olhar o rosto meio
Voltado do homem

E um menino de uns oito anos que
Olhava para o meio da

Barriga do homem
Para uma corrente de relógio –

A suprema importância
Desse inominado espetáculo

Fez com que acelerasse
Ao passar por eles sem palavra –

Por que me importaria o rumo?
E lá fui rodando sobre as

Quatro rodas do meu carro
Pela estrada molhada até

Que vi uma moça com uma pedra sobre
O parapeito de um balcão

William Carlos Williams (Rutherford, Nova Jersey, Estados Unidos, 17 de setembro de 1883 — 4 de março de 1963), in “Spring and all”, 1923

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber por quê…

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de dezembro de 1894 — Matosinhos, Portugal, 8 de dezembro de 1930)

Nantucket

Flores através da janela
Roxo pálido e amarelo

Alterados por cortinas brancas –
Cheiro de limpeza –

Sol de fim de tarde –
Na bandeja de vidro

Uma jarra de água, o copo
De boca pra baixo, junto dele

Uma chave – E o
Imaculado leito branco

William Carlos Williams (Rutherford, Nova Jersey, Estados Unidos, 17 de setembro de 1883 — 4 de março de 1963), in “Collected Poems”, 1921 – 1931

Pinturas à óleo de Leanne Marques: Trilha e Laranjas

Leanne Marques, nasceu em Salvador, Bahia, em 1996. Formada em Arquitetura e Urbanismo, desde criança foi incentivada a trazer à tona seus talentos artísticos, principalmente com relação ao desenho livre, do grafite ao carvão. Durante a época de escola, se destacava pela facilidade em desenhar. Entre 2012 e 2013, inspirada em aulas de literatura, resolveu experimentar, por conta própria, a pintura com tinta acrílica. Inicialmente com telas pequenas e com fotos de figuras humanas, impressionou amigos e parentes pelas produções. Posteriormente, resolveu conhecer a pintura a óleo, fazendo curso por um ano. Nessa fase, conheceu as nuances da tinta a óleo e suas técnicas. Durante a graduação, aprimorou as técnicas de desenho e plástica, o que contribuiu para o conceito da estética utilizado em suas pinturas. Com tendência a pincelada solta e impressionista, já produziu quadros de diversas temáticas, como abstratos, natureza morta e figura humana. Com a prática da pintura, aprimorou a técnica pessoal, sentindo particular atração pelas pinturas mais empastadas, dando preferência ao uso de pincel ao invés de espátula. Começou a vender suas obras e especialmente em 2015, vendeu para uma pousada um quadro de Jesus que repercutiu positivamente. Encomendas nacionais e internacionais surgiram, incentivando o talento para a expressão na pintura a óleo. Permanece fazendo pinturas, transmitindo contextos e situações em que viveu.

Contatos:
www.instagram.com/leapinturas
leannewendy@hotmail.com

Adoniran Barbosa na pré-escola: com meu filho João e a minha antiga vitrolinha

Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10: Conheça neste vídeo o projeto de música do professor Roberto Schkolnick, de São Paulo (SP) e da Jacarandá Berçário e Educação Infantil, localizada no bairro do Pacaembu , vencedor do Prêmio Victor Civita 2011. Ele apresentou às crianças de 4 e 5 anos da pré-escola a vida e a obra de Adoniran Barbosa, o contexto histórico do tempo em que ele viveu e gravou um CD em que os pequenos cantam algumas das músicas que aprenderam. Com as atividades, todos puderam ouvir a própria voz, perceber o timbre dos colegas e identificar as diferenças entre as músicas.
NOVA ESCOLA: 18 de Outubro | 2011 (https://novaescola.org.br/conteudo/3848/adoniran-barbosa-na-pre-escola)

Aquarelas de Dudi Maia Rosa

Rafael Maia Rosa (São Paulo, São Paulo, 1946). Pintor, desenhista, professor. Estuda gravura com Trindade Leal (1927-2013) na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1966. O artista interessa-se inicialmente pela aquarela e pela cerâmica, voltando-se posteriormente à pintura. Realiza sua primeira exposição individual em 1967, na Galeria Atrium. Em 1968, ingressa na Faculdade de Engenharia de Mogi das Cruzes e frequenta o ateliê de Wesley Duke Lee (1931-2010). Nos anos seguintes vive na Inglaterra.

Retorna ao Brasil em 1972, e passa a frequenta a Escola Brasil: inicialmente como aluno, tornando-se depois professor. Nas décadas de 1960 e 1970, realiza trabalhos que têm como tema a cidade de São Paulo, representada em cenários oníricos. Nos anos 1980, sua pintura adquire características tridimensionais, marcada por uma pintura gestual. O artista começa a realizar experiências com resina sintética, que permite uma variação de transparências e tonalidades em suas obras. Em alguns trabalhos insere escritos, como citações bíblicas ou ainda figuras indefinidas, evanescentes.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural (https://enciclopedia.itaucultural.org.br)

Escreveu em seu perfil do Instagram:

“Não me interessam as fotos me interessam vocês.
Amor=Humor (O.A.)”.

Contatos:
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