Uma roda de viola
Um passo sincopado
Mulheres sambando
Batendo o tambor
Eu no meio disso
Perdido – copo na mão
Como num redemoinho
– Sou Saci-Pererê
Dou um passo prá lá
Um requebro prá cá
Balanço a cabeça
Jogo o braço prá trás
Sem muito ritmo
Eu, embalado na dança
Em sincronia com a mulata
– Mas sem o seu gingado –
Rodo fazendo fanfarra
Mas a mulata nem aí
Seu negócio é sambar
Desce mais uma rodada
A festa esquenta na noite
Lembram daquele antigo
Partido alto, que beleza!
E a roda afinada
Canta toda com força
E a noiva também
Entra com tudo
Deixando seu homem
Conversando com o
Ilustre prefeito
E dançam todos
Padrinhos, viúvas,
Soldado, rapaz de óculos,
Eu, meu irmão – Até eu
Já com o copo vazio
E o pé já falhando
– Só saio daqui carregado
Ao raiar do dia
Com seu delegado