Na tenra juventude interiorana
Colecionei de cigarros a moedas
O jabuti que tive eu pintei o casco
No rio aperfeiçoei meu nado
Aprendido na piscina azul do clube
Diacuí e que guarda a memória de 32
Dessa Ourinhos dos anos 70
Guardo pouca coisa: um desenho
Um guache que resiste trazendo a cor
Desse passado que marcou
Esse Eduardo de verde escuro
De marrom de terra, mato, coqueiro
Passei de ano a ano em busca da escola
Da vida em que me procuro ainda hoje
Saltei da Rua São Paulo para a cidade
Homônima e para a origem não volto mais
A não ser nos sonhos que se repetem
E que trazem visões de minha outra casa
E que não me deixam esquecer os tempos
Em que colecionei, pintei e nadei
E que andei de bicicleta e saltei na areia
Da obra do pontilhão que perfurou
A minha rua rumo ao desconhecido
Obs.: Poesia publicada em 2008 no blog “Memórias Ourinhenses”