J. Borges : “O encantado”

Abertura: Dia 17 de setembro, às 18 horas

📢 Atenção, clientes!

Devido a um imprevisto na nossa loja do Shopping RioMar, a exposição “O Encantado” de J. Borges foi transferida para a nossa unidade em Olinda. Continuamos com a mesma programação e esperando por vocês para prestigiar as obras desse grande mestre da xilogravura! ✨

Para mais informações, entre em contato conosco. Nos vemos em Olinda no endereço: Rua Prudente de Moraes, 262 – Carmo!

J. Borges (Bezerros – PE, 1935 – 2024) – Artista popular, autodidata, poeta e xilogravador. Nos tempos vividos na cidade de Bezerros, PE, sua cidade de origem, J. Borges espelhou em suas gravuras e cordéis imagens que retratam a cultura local. Desde muito cedo, foi estimulado pelas histórias contadas por seu pai, e ao ouvi-las, dizia que sua “imaginação corria solta”. Com essa imaginação fértil, ele plasmava, reinventava e dava novas impressões e significados ao imaginário, tornando-se uma das maiores representações da arte nordestina.

É com grande emoção e respeito que a Galeria Sobrado 7 convida todos a prestigiar a exposição dedicada ao legado do mestre J. Borges, que nos deixou este ano, mas cujo talento e impacto permanecerão vivos para sempre em nossa memória coletiva.

Nesta exposição exclusiva, teremos o privilégio de apresentar uma seleção rara de xilogravuras criadas por J. Borges na década de 1970, uma época de grande efervescência cultural e criativa para o artista. Cada obra é um testemunho da rica tradição nordestina e da maestria única que J. Borges trouxe ao universo da arte popular brasileira. As peças escolhidas são exclusivas da Galeria Sobrado 7, tornando esta uma oportunidade única para admiradores e colecionadores.

Mestre J. Borges, com sua habilidade incomparável de transformar madeira e tinta em poesia visual, capturou a alma e o cotidiano do povo nordestino em cada traço. Sua obra transcende o tempo, tocando gerações com a autenticidade e a força de sua visão artística. Esta exposição é não apenas uma homenagem à sua genialidade, mas também uma celebração de sua vida e do legado que ele deixa para todos nós.

Venha vivenciar a beleza e a profundidade da arte de J. Borges em uma mostra que promete emocionar e inspirar. Não perca a chance de ver de perto essas preciosidades que marcaram a história da xilogravura brasileira.

Esperamos por você para juntos celebrarmos a arte e a memória de um dos maiores nomes da cultura popular brasileira.

Ana Veloso – Artista plástica

Sobrado 7
RioMar Shopping
Av. República do Líbano, 251 – Piso L2
Pina, Recife – PE, CEP: 51110-160
Telefone: (81) 3878-0000

Contatos:
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O shampoo

Nas rochas, explosões caladas,
os líquens vão
se abrindo em ondas, em camadas.
Copiam sempre
os anéis da lua, embora não
mudem de lugar, que a gente lembre.

Assim o céu nos dá guarida,
mas é você,
minha querida,
precipitada e intransigente;
só que o Tempo, a gente vê,
é no mínimo indulgente.

Cada estrela no seu cabelo,
na água fria,
com tanto zelo
voa tão nua?
— Vem, deixa eu lavá-lo nesta bacia,
torta e brilhante como a lua.

Elizabeth Bishop (Worcester, Massachusetts, EUA, 8 de fevereiro de 1911 – 6 de outubro de 1979). Tradução de Jorge Pontual, para a revista digital Criativos!

Em Votorantim – SP: Exposição “Amazônia Vida” do artista Aguilar

Abertura: Dia 14 de setembro, das 10 às 16 horas

Período expositivo: de 14 de setembro de 2024 à 14 de janeiro de 2025

De segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h Agendamentos no WhatsApp: (15) 9 9136-0301

Curadoria: Fabio Magalhães

A exposição Amazônia Vida traz a minha visão sobre a floresta amazônica e é um chamado para a conservação desse território diante do desmatamento selvagem e predatório causado pela ganância do comércio de madeiras, pelas extensões desmedidas do plantio de soja e das áreas imensas para a criação de gado.

Essa exposição, em constante construção, é resultado de vivências na Amazônia, principalmente no oeste do Pará, nas cercanias de Santarém, em Alter do Chão e em comunidades ribeirinhas dos rios Tapajós e Arapiuns. Com a cumplicidade de amigos, cai dentro da cultura local.

O lema é:
A Amazônia é terra que precisamos conhecer e respeitar.
A Amazônia é a terra que nos mantém vivos
.”

José Roberto Aguilar

Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.

Percebemos na pintura do artista a presença constante de uma gestualidade musical, de uma fabulação. Aguilar introduz conceitos, palavras, textos e letras à sua plástica. A narrativa adquire, muitas vezes, expressão épica, heroica. Haroldo de Campos (1929-2003), que analisou em profundidade a obra de Aguilar, chamou nossa atenção para esse aspecto poético do artista: “Rapsodo é aquele que urde ou ajunta poemas. Aguilar se apresenta como um rapsodo de imagens”.

Fabio Magalhães – curador

Dan Galeria Interior

Av. Ireno da Silva Venâncio, 199
Protestantes – Votorantim/ SP
Galpão 20 A – CEP: 18111-100
Tel: (11) 3063-0315
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Receita simples para o bem-viver

transformar-se numa distração de domingo: os
outros dias, como toda a gente faz, suportam-se
insuportáveis; e até domingo entardece amargo,
aquele fedor acre das segundas-feiras automáticas,

pé ante pé dos espremidos no metrô, dos gritos de
pressa e resultado no trabalho: escravo, pensa na
vida; mas sem tempo de pensar? o mundo te diz:
[segue quieto, de cabeça baixa, conta o sucesso em

cifras na tua conta: compra e cala, e torce por um
bom sono sob o silêncio de tanta telha descorada];
a roupa, deixa separada de véspera, passada e pronta:
é estar preparado para tudo, mas habituado ao nada.

Dirceu Villa (São Paulo – SP, 1975)

Eu, que eu possa descansar em paz

Eu, que eu possa descansar em paz ─ Eu, que ainda estou vivo, digo,
Que eu possa ter paz no que tenho de vida.
Eu quero paz agora mesmo, enquanto ainda estou vivo.
Não quero esperar como aquele piedoso que almejava uma perna
do trono de ouro do Paraíso, quero uma cadeira de quatro pernas aqui mesmo,
uma cadeira simples de madeira. Quero o resto da minha paz agora.
Vivi minha vida em guerras de toda espécie: batalhas dentro e fora,
combate cara a cara, a cara sempre a minha mesmo,
minha cara de amante, minha cara de inimigo.
Guerras com velhas armas, paus e pedras, machado enferrujado, palavras,
rasgão de faca cega, amor e ódio,
e guerra com armas de último forno metralham, míssil, palavras, minas
terrestres explodindo, amor e ódio.
Não quero cumprir a profecia de meus pais de que vida é guerra.
Eu quero paz com todo meu corpo e em toda minha alma.
Descansem-me em paz.

Yehuda Amichai (Würzburg – Alemanha de Weimar, 1924 – Jerusalém – Israel, 2000) – Poeta e escritor israelense nascido na Alemanha, é o poeta israelense mais celebrado do século. Retirado da Revista Piauí | Edição 10, Julho 2007