E bem, e o resto?

(…)

            E bem, qualquer que seja a solução, uma cousa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me… A terra lhes seja leve! Vamos à “História dos Subúrbios”.

Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 – Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) – in “Dom Casmurro”

Catálogo da Exposição “Entreolhares: Poéticas d’alma brasileira”

Está disponível para venda o Catálogo da Exposição “Entreolhares: Poéticas d’alma brasileira” (De 18 de junho a 7 de agosto de 2016) realizada no no Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera – Portão 10 – São Paulo/ SP.

A Galeria Pontes inaugurou a mostra “Entreolhares: Poéticas d’alma brasileira”. Essa exposição foi voltada para a arte do povo brasileiro, e abarca um longo período, desde as décadas de 1940 e 1950 até a contemporaneidade. Procurou reunir um conjunto abrangente e diversificado da expressão autoral de criatividade popular, das carrancas do mestre Guarany e das cerâmicas do mestre Vitalino aos grandes mestres atuais, muitos deles ainda ativos nas diversas regiões do Brasil. Foram incluídos alguns artistas modernos e contemporâneos apenas para sinalizar e sublinhar poéticas que se nutrem do imaginário popular: Di Cavalcanti, Tarsila, Cícero Dias, Guignard, Volpi, Rubem Valentim, Cláudio Tozzi, Rubens Gerchman, Nelson Leirner, entre outros.
Curadoria: Edna Matosinho de Pontes e Fabio Magalhães

Vídeo do lançamento Catálogo “Entreolhares” e Mesa-redonda: https://www.youtube.com/watch?v=GRzHQLCf7yo

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Preço: R$ 110,00

Esse livro pode ser adquirido através da Galeria Pontes (galeria@galeriapontes.com.br, 11 3129-4218 ou 11 9 9781-4370 – WhatsApp).

Ideal bandeirante

Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more neste bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Boulogne
Prestações mensais
Sem juros

Oswald de Andrade (São Paulo, 11 de janeiro de 1890 — São Paulo, 22 de outubro de 1954)

A paz

A paz invadiu o meu coração
de repente me encheu de paz
como se o vento de um tufão
arrancasse os meus pés do chão
onde eu já não enterro mais
A paz fez o mar da revolução
invadiu meu destino, a paz
como aquela grande explosão
uma bomba sobre o Japão
fez nascer o Japão na paz
eu pensei em mim
eu pensei em ti
eu chorei por nós
que contradição
só a guerra faz
nosso amor em paz
eu vim, vim parar na beira do cais
onde a estrada chegou ao fim
onde o fim de tarde é lilás
onde o mar arrebenta em mim
o lamento de tanto “ais”

Gilberto Gil (26 de junho de 1942, em Salvador, Bahia) e João Donato (Rio Branco, Acre, 17 de agosto de 1934)

A um desconhecido

Desconhecido viandante! você não sabe quão ardentemente
o contemplo,
Você deve ser aquele que eu procurava, ou aquela que eu procurava, (isto
me vem como um sonho),
Em algum lugar certamente vivi com você uma vida de felicidade,
Tudo é lembrado como se perpassasemos um pelo outro, fluido,
afetuoso, puro, maduro,
Você cresceu comigo, foi menino comigo ou foi menina comigo,
Comi com você e dormi com você, seu corpo tornou-se não apenas seu,
nem meu corpo ficou tão somente meu,
Você foi me dando o prazer de seus olhos, rosto, carne, em troca
você tornou minha barba, peito, mãos,
Não vou falar com você, vou pensar em você quando me sento sozinho
ou quando acordo sozinho à noite,
Vou esperar, não tenho dúvida que vou encontrá-lo novamente,
Tenho que acreditar que não vou perder você.

Walt Whitman (Huntington, Virgínia Ocidental, 31 de maio de 1819 – Camden, Nova Jérsei, 26 de março de 1892), in “The Complete Poems”.

Tradução feita por Edna Matosinho de Pontes em 23 de abril de 1991, portanto há 31 anos.

Ondjaki

Todo dependede los hombres, de sus corazones, de la firmeza con que luchen por sus ideales, de la simplicidad que pongan en sus acciones, del respecto que sientan por los compañeros…

Palavras do camarada professor Ángel.

Trecho do livro “Bom Dia Camaradas”, de Ondjaki, apresentado como “grande revelação da literatura angolana”. Agir Editora, 2006.

Romance autobiográfico do tempo em que era menino e adolescente, aluno de professores cubanos que foram a Luanda como voluntários, em 1975.

Fernando Pacheco Jordão (1937 – 2017) faleceu em São Paulo aos 80 anos. Atuou no jornalismo desde 1957, quando iniciou sua carreira na antiga Rádio Nacional, em São Paulo. Posteriormente, trabalhou como repórter, redator e editor de diversos veículos, como O Estado de S. Paulo, TV Excelsior, BBC de Londres, TV Globo, TV Cultura de São Paulo, revistas IstoÉ e Veja. Como consultor e assessor político atuou nas campanhas dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin. Dirigente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na época do assassinato de Vladimir Herzog, Fernando escreveu o livro “Dossiê Herzog – Prisão, Tortura e Morte no Brasil”, que já está na sétima edição revista e ampliada e constitui documento fundamental para a História do Brasil. Foi sócio-diretor da FPJ – Fato, Pesquisa e Jornalismo. Hoje é patrono do “Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão”, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog desde 2009 e que já está em sua 13ª edição.