A mancha lenta
Que se evapora
Não apreende nenhum
Costume de modismo.
Eu quando olho só
Vejo: cores, formas,
Uma mulher, minha saga.
Tomando um banho,
Tudo vem a tona.
Como aquele olhar
Perdido na clínica.
Aquele sonho que se
Repete e me cerca.
Para representar tudo isso
Ainda bem que tem
A tinta… E o espaço
Para ser preenchido.
O vapor da vida,
Aquele momento eterno
Que volta no banho,
E que aparece quando deito.
Ou no sonho acordado
Que retrato num quadro
E mostro na terapia.
Trabalho com isso:
Minha matéria-prima.
Motivo de minha existência.
Mistério e cor: pura pintura.