Luiza Matosinho – Pedagoga formada pela PUC-SP em 2007 e professora na educação infantil da Faces Ensino Bilíngue.
Autor: ematosinho
Signos em roxo e verde escuro
Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo, não tem pressa…
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…
Fernando Pessoa (Lisboa, Portugal, 13 de junho de 1888 — Lisboa, Portugal, 30 de novembro de 1935)
Crônica de Fernando Pacheco Jordão: Os Possessos
Os Possessos. Endosso inteiramente a crítica de Jefferson del Rios (“Uma esperança no meio das trevas”, Caderno 2, Estado de São Paulo, 10/07/2008) sobre o espetáculo em cartaz no Teatro Funarte. Faltou apenas enfatizar que a montagem é de tirar o fôlego e reflete a força e o vigor desse vulcão de criatividade do teatro brasileiro que é Antonio Abujamra.
Fernando Pacheco Jordão (1937 – 2017) faleceu em São Paulo aos 80 anos. Atuou no jornalismo desde 1957, quando iniciou sua carreira na antiga Rádio Nacional, em São Paulo. Posteriormente, trabalhou como repórter, redator e editor de diversos veículos, como O Estado de S. Paulo, TV Excelsior, BBC de Londres, TV Globo, TV Cultura de São Paulo, revistas IstoÉ e Veja. Como consultor e assessor político atuou nas campanhas dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin. Dirigente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na época do assassinato de Vladimir Herzog, Fernando escreveu o livro “Dossiê Herzog – Prisão, Tortura e Morte no Brasil”, que já está na sétima edição revista e ampliada e constitui documento fundamental para a História do Brasil. Foi sócio-diretor da FPJ – Fato, Pesquisa e Jornalismo. Hoje é patrono do “Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão”, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog desde 2009 e que já está em sua 13ª edição.
Artigo sobre o novo livro de Olívio Tavares de Araújo: “Um novo olhar amoroso”
“Aos caros amigos
(aos inimigos, não):
Tenho o prazer de informar que Marcelo Coelho publicou ontem um ótimo artigo sobre meu novo livro, na Folha de São Paulo, que me deixou feliz. Envio-lhes cópia, não por vaidade, mas para que vocês também se alegrem.
Um abraço do”
Olívio
28-04-2022
Foto Kuniyoshi: Eu com 11 anos
Galeno: Novas obras
Francisco Galeno nasceu em Parnaíba, Piauí, em 1957. Veio aos 20 anos para Brasília, em busca de melhores oportunidades, e lá reside até hoje. Frequentou o ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português. Fez curso-livre com Maria Pacca no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF, sob a direção de Luís Áquila. Construiu um caminho artístico na contramão dos modismos e ao mesmo tempo atento às experimentações da arte contemporânea. Sua arte é conceitual, mas está enraizada na história de sua infância. Em suas próprias palavras: “na minha arte não entra um prego que não seja carregado de história afetiva”, ressaltando que sua arte conceitual não é fria, abstrata ou cerebral, mas sim o diálogo com a fonte popular. As matérias primas utilizadas por Galeno são os objetos recolhidos do cotidiano do interior do Brasil – carretéis vazios, latas, partes de tear, restos do dia a dia que ele transforma de lixo em matrizes de sua expressão artística. É hoje um nome consagrado nas artes plásticas da capital da República, com grande reconhecimento da crítica. Continua vivendo em Brazilândia, cidade satélite de Brasília, o mesmo local onde se estabeleceu ao chegar à cidade.
Contatos:
www.instagram.com/explore/tags/franciscogaleno
jhongaleno@hotmail.com
WhatsApp: (86) 9 9525-2403
Leilão: Jean-Claude Bailly, pratas inglesas, francesas, brasileiras, portuguesas cristais, Cia das Índias
Leilão 26572
Jean-Claude Bailly, pratas inglesas, francesas, brasileiras, portuguesas cristais, Cia das Índias (com participação de obras minhas).
Leilão
Dias 25, 26 e 27 de abril de 2022
Segunda, terça e quarta-feira às 20h
Began e Marise Domingues
Coordenação e Supervisão Geral: Marise Domingues
Parceria: Luiz Claudio Bez
Fotografias: Lucien Prouvot
Exposição e leilão somente online
Local
Rua da Consolação, 2250 – Consolação – São Paulo – Estacionamento no local.
Contato: (11) 3256-1125 ou (11) 9 7120-1228
E-mail: marisedominguesleiloes@gmail.com
Leiloeiro
Roberto de Magalhães Gouvêa – Jucesp nº 403
Catálogo disponível: https://www.marisedomingues.com.br/catalogo.asp?Num=26572
Nos visitem!
Chet Baker
Primavera e o mais
A caminho do hospital de isolamento
sob as vagas de nuvens mosqueadas
de azul que chegam impelidas
do nordeste – um vento frio. Além, o
ermo de extensos campos lamacentos
pardos de erva ressequida, em pé ou aparada
nesgas de água parada
dispersão de árvores altas
Ao longo do caminho todo, ruivos, roxos
bifurcados, erectos, ramalhudos
os arbustos e arvoredos com
folhas de vide, pardas, mortas a seu pé
sem vidres –
Sem vida aparente, a vagarosa
e tonta primavera se aproxima –
Eles entram o novo mundo nus,
friorentos, inseguros de tudo,
salvo que entram. À sua volta sempre
o vento frio, já conhecido –
Hoje a relva, amanhã a tesa folha
espiralada da cenoura brava
Um por um os objetos se definem –
Mais depressa: luz, perfil de folha
Eis agora porém a hirta dignidade da
entrada – Entanto, a mudança profunda
acometeu-os: arraigados, eles
aferram-se ao chão e começam a acordar
William Carlos Williams (Rutherford , Nova Jersey , Estados Unidos, 17 de setembro de 1883 — 4 de março de 1973). Tradução: José Paulo Paes (Taquaritinga, São Paulo, 1926 — São Paulo, 9 de outubro de 1998)