Para esquecer

Beije-me
Minhas mãos
Meus ombros
Minha tez

Beije-me
Meu cotovelo
Minha orelha
Minha cicatriz

Beije-me
Minha nuca
Minha curva do joelho
Minhas unhas

Beije-me
Meus pêlos
Minha axila
Minha testa

Beije-me
Minha boca
Minha boca
Minha boca
Lábios e língua

Fazei-me esquecer

Ricardo Alves: Lançamento falhado (Rocket explosion) e Canto com samambaia

Graduado 2012 em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) em 2012, participou de mostras coletivas em cidades como São Paulo/SP, Ribeirão Preto/SP, Rio de Janeiro/RJ, Belém/PA, Nova York/USA, Londrina/PR, Tsukuba/Japão, entre outras. Foi premiado nos salões de arte de Ribeirão Preto, Santo André e Guarulhos através dos quais teve obras incorporadas aos acervos públicos desses locais. Realizou as primeiras mostras individuais em 2016, na Galeria Sancovsky em São Paulo capital e no Museu de Arte de Ribeirão Preto/SP.

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Agitação e náusea

Tem momentos em que a vida
É agitação e ansiedade
Três noites sem dormir
Pensando o pensado
Criando um círculo vicioso
Na qual o corpo-espírito
Se afundam numa névoa
A natureza é bem mais simples
Que a mente urbana conturbada
Dá-me natureza lições de vida e
De simplicidade.

Bosque da Biologia – USP, 21/Mar/1988.

Exposição “Do começo do mundo”: Zé Bezerra

“Estão todos mais do que convidados para a primeira exposição do Novos Para Nós: “Do começo do mundo” é uma celebração da obra do artista popular Zé Bezerra, morador do Vale do Catimbau. Ele caminha pela vegetação baixa e encontra a umburana morta e retorcida. Nesta hora, não há espaço para dúvidas: segundo ele, o próprio movimento da madeira já sugere seres do seu imaginário: tatu, paca, cachorro, urutau, mãe da lua, homens e figuras da região. Com um baixo e preciso número de cortes, as peças “param de pé”.

Anotem os detalhes e levem os amigos:

Local: Ondina 55 (Rua Olímpio Catão, 74 – Perdizes, São Paulo-SP). Um super obrigado aos parceiros do Ondina 55, Casa Delas e Arapuru Gin por fazerem essa exposição possível.”

Renan Quevedo
Novos Para Nós (em uma jornada pelo Brasil em busca de artistas populares)

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Pela memória do mestre Sarubbi

Em 1999, um ano e sete meses antes de sua morte, Valdir Sarubbi concluiu o seu livro de memórias intitulado “Estórias Paralelas”. Dessa obra de 140 páginas seleciono dois trechos do conto “Outras Memórias”, que encerra o livro e onde Quelé, alter-ego do autor, relembra, segundo palavras do próprio Sarubbi, “sua primeira infância no sítio ao levar o filho adolescente para conhecer o lugar. Tem uma vivência muito forte junto com o filho ao banhar-se em um igarapé onde se esquece do relógio que o acompanhou durante muitos anos”.

“Escrevi estas memórias numa tarde de Outubro quase trinta anos depois que fui pela ultima vez à Lontra. Voltei lá quando senti necessidade de mostrar a meu filho aquele pedaço de terra onde vivi minha infância. Mostrei para ele coisa por coisa do que ainda existia lá. A mangueira de perto da casa envelheceu e se tornou uma árvore imensa. A casa onde morávamos está aos pedaços, mais parece uma tapera. Os bacurizeiros permanecem ainda lá, também encanecidos, mas bastante altaneiros. Contei estórias para ele. Eu dizia: aqui fiz isso, ali fiz aquilo. Ele sorria e parecia reconhecer tudo. Porque quando ele era pequeno eu costumava me sentar ao lado de sua cama na hora de dormir e lhe contava esses e outros fatos que acabei contando neste relato.”

(…)

“Ao escrever essas memórias fico tentando imaginar aquele relógio que me acompanhou durante uma boa parte de minha vida certamente com seus ponteiros parados, misturado com os pedregulhos, escondido na areia fininha. E naquele silêncio molhado as piabinhas darão voltas e revoltas por cima do local onde ele está adormecido. Talvez um dia alguém o encontre e o coloque no braço, sem ter a mínima idéia que ele já esteve no meu. Mas é possível também que ele permaneça lá, solitário enterrado, imune ao encontro, pelos séculos dos séculos, amém.”

Valdir Sarubbi (Bragança, Pará, 10 de outubro de 1939 – São Paulo, 8 de novembro de 2000)

Foto: Sonia Zveibil

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Outro poema

Este é para o divino
Labirinto das causas e
Universo dos afetos
Sonhar, sonhei
Com o rosto de Helena
E a perseverança de Ulisses
Amar, amei
A divindade da outra criatura
Seu caráter: firme diamante
Sua ternura: água solta
Moedas, estrelas, memórias
Fulgor do fogo
Mistério da rosa
Sonho e morte
Íntimos nossos
De cada noite
Música nova –
Velha forma
Do tempo

A beleza sombria dos monstros: 10 anos de a arte de Tim Burton

A exposição apresenta de forma inédita e gratuita o universo de Tim Burton com participação direta do artista, em celebração ao aniversário de 10 anos da publicação do livro “The Art of Tim Burton” (2009), obra que compila os 40 anos de sua arte.

Organizada pela produtora brasileira Rua 34 Produções, com curadoria de Jenny He e colaboração da Tim Burton Productions, a mostra usa as mais recentes tecnologias de linguagem digital para recriar e expandir a experiência física do livro para uma autobiografia visual das criações do autor.

Apresentando conceitos visuais de filmes e centenas de ilustrações do arquivo pessoal do cineasta, editados por ele, os ambientes interativos vão proporcionar uma incrível imersão dos visitantes em uma verdadeira jornada pela inigualável imaginação de Burton.

O projeto envolve diversos artistas brasileiros dedicados às experiências com ambientes imersivos incluindo a dupla Mirella Brandi e Muep, o expert em instalações multimídia Rodrigo Gontijo, além do designer de som Paulo Beto, o arte-educador Murilo Kammer e o estúdio Olha Lhama.

A programação inclui uma mostra com filmes dirigidos por Tim Burton que acontecerá de 4 de julho a 11 de agosto, de forma gratuita, paralelamente com a exposição no cinema do CCBB.

The Art of Tim Burton (2009)

Um livro de 434 páginas, agrupado em treze capítulos que abrangem os temas comuns do trabalho de Burton, como sua fascinação por palhaços, monstros incompreendidos e seu deleite com as esquisitices das pessoas. Os desenhos destes capítulos ganham vida nesta exposição que guia os visitantes através do universo criativo do cineasta.

Ficha técnica:

Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
SCES, Trecho 02, lote 22
CEP: 70200-002 | Brasília (DF)
(61) 3108-7600
Site do CCBB
ccbbdf@bb.com.br

Ryan Hyrz: Asken – Noruega (“Feeling blue”. Acrílica sobre tela)

Artista norueguês de 33 anos, Ryan Hyrz é representado no Brasil pela Sérgio Gonçalves Galeria desde março de 2018 e já tem chamado a atenção do mercado com suas obras em que explora toda a fluidez das tintas e pigmentos, inspirado pelos tons e movimentos da música erudita, que dão títulos às suas obras e que sempre impactaram seu processo criativo.

Contatos:
www.instagram.com/ryanhyrz
www.instagram.com/sergiogoncalvesgaleria
ryanhyrz@gmail.com
https://www.sergiogoncalvesgaleria.com/ryan-hyrz