19 de março de 1965 – uma data histórica. O soviético Leonov tornou-se o primeiro homem a “andar” no espaço, ao sair de sua nave, preso a um cabo.
Em Londres, eu trabalhava à noite no Serviço Brasileiro da BBC. Meu colega na transmissão, o boêmio Michael Ould, levou para o estúdio uma garrafa de uísque Teacher’s para festejarmos o nascimento de minha filha Beatriz. Batemos a garrafa toda e, muito alegre, anunciei, antes de ler o noticiário do dia, que minha filha tinha nascido – sabia que meus pais estariam ouvindo no Brasil. Ela se tornou assim com certeza a única brasileira a ter sua vinda ao mundo anunciada pela BBC de Londres. Se ela topasse, eu poria no seu currículo. Nem que fosse para um comercial de Teacher’s.
Fernando Pacheco Jordão (1937 – 2017) faleceu em São Paulo aos 80 anos. Atuou no jornalismo desde 1957, quando iniciou sua carreira na antiga Rádio Nacional, em São Paulo. Posteriormente, trabalhou como repórter, redator e editor de diversos veículos, como O Estado de S. Paulo, TV Excelsior, BBC de Londres, TV Globo, TV Cultura de São Paulo, revistas IstoÉ e Veja. Como consultor e assessor político atuou nas campanhas dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin. Dirigente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na época do assassinato de Vladimir Herzog, Fernando escreveu o livro “Dossiê Herzog – Prisão, Tortura e Morte no Brasil”, que já está na sexta edição e constitui documento fundamental para a História do Brasil. Foi sócio-diretor da FPJ – Fato, Pesquisa e Jornalismo. Hoje é patrono do “Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão”, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog desde 2009 e que já está em sua 13ª edição.