De fininha que se percebe
A que cutuca
Quando encosta em nossa pele
Ponta pode ser de agulha
De estrepe ou de caco de vidro
Fagulha que entra e que sangra
No pé nos faz mancar
Andar meio de lado
Ficar de uma perna só
Na mão, nos faz chupar os dedos
No corpo, arrepiar,
Coçar e rir, ou chorar, se doer
A vida é assim:
Feita não só de mares de rosas
Mas de pontas de espinhos
No sentido de nossos caminhos
Se alternam não só as pedras,
Mas as farpas e as lascas:
Agudas de vida