Pontas

De fininha que se percebe
A que cutuca
Quando encosta em nossa pele

Ponta pode ser de agulha
De estrepe ou de caco de vidro
Fagulha que entra e que sangra

No pé nos faz mancar
Andar meio de lado
Ficar de uma perna só

Na mão, nos faz chupar os dedos
No corpo, arrepiar,
Coçar e rir, ou chorar, se doer

A vida é assim:
Feita não só de mares de rosas
Mas de pontas de espinhos

No sentido de nossos caminhos
Se alternam não só as pedras,
Mas as farpas e as lascas:

Agudas de vida

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 60 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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