Meditando sobre caminhos cerebrais
Pensei no pensado e no que não foi escrito
Caminho e penso, tenho idéias para o escrito
A pedra tem que ser lapidada para virar algo dizível
Deixar de ser pedra para ser um objeto construído
Trabalhado como uma obra do homem
Quando caminho tenho idéias de versos e ritmo
Sento para escrever e a idéia original some
Surge outra coisa, mais dura, menos polida
Se pudesse gostaria de escrever no espaço
No pensamento, no ar, no cérebro
Por no papel incomoda, é difícil e falta leveza
Às vezes chegamos com uma idéia pronta
Na cabeça acabada, mas na hora do papel
Ela some, evapora no ar, ficando rudimentos duros
De pedra, bruta. O que fazer se o ofício nos chama
Escrevo mesmo assim para depois tentar o impossível
Encontrar a antiga leveza – a beleza original
Lapidar é preciso para sair algo melhor
Transpiração para criar e buscar a simplicidade da origem
Da idéia que nos fez sentar para escrever um poema
Que nada mais é do que uma idéia bruta trabalhada
Labutada à partir de uma idéia original
Mês: agosto 2019
Um pôr do sol a mais em Epitácio
O Rio Paraná e o sol em Presidente Epitácio mostrando todo o seu esplendor.
Fotos enviadas por WhatsApp pelo primo Antonio Eduardo Silva (Toninho da Texaco)
Jardim dos dinossauros
Medo
Medo do amor
Medo do beijo
Medo do medo
Medo de perguntar
Medo do outro
Medo da sua real beleza
Os olhos são o espelho d’alma
Felipe Góes na Galeria Kogan Amaro – 8/8/19
“Caros,
Segue divulgação da minha exposição individual “Cataclismo” na Galeria Kogan Amaro com curadoria de Ana Carolina Ralston.
A abertura será dia 8/8 as 19h.
Abraços”
Felipe Góes
Composição em roxo
Comendo e dançando
Sambado eu fui porque não
Danço hoje para comer filet mignon
E até, quem diria, arroz com feijão
Não recebo há dias o meu soldo
Acumulam-se contas
Baixa no banco o meu saldo
Preciso muito dar um salto
Mudar de vida e voltar a sambar
Num ritmo miúdo
E dançar apenas no salão
Um tango, um reggae
Sozinho ou mal acompanhado
A esperança é como uma mesa bem posta
Esperando para que alguém venha para
Saciar a sua sede e a sua fome
E que pague com uma nova esperança
De que isso se repita para todos no planeta
E que uns não sejam alimentos do outro
Como nessa imensa cadeia alimentar
Onde prevalece a dita má distribuição de renda
E a lei do mais forte
Em memória de um amigo
Jorge Uehara (20/04/44 – 10/11/02)
Em abril passado, se estivesse vivo, meu querido amigo estaria completando 75 anos. Ele trabalhou comigo no Dieese e era responsável pela área de processamento de dados. Lá, em 1993, ele coordenou uma nova pesquisa de orçamentos familiares com o objetivo de calcular o peso que os produtos tinham no orçamento familiar. Trabalhou também no centro de processamento de dados da Faculdade de Economia da USP, onde se formou em 1976. Foi uma das cabeças mais privilegiadas que conheci, além de ter enorme sensibilidade política e social. Saudades!
Rio 2
Triverso, reverso
Tergiversar, tergiversei
E da manhã para tarde encontrei
O mote da canção que se anunciou
Na noite, quando sonhava acordado
Tergiversar, tergiversei
E no embalo que segue a dor borrei
Mais um verso bruto de quem amou
Uma mulher e foi por ela abandonado
Tergiversar, tergiversei
E pela terceira vez, num lapso, abandonei
A idéia do que ia escrever e tudo acabou
Sendo levado pela emoção do momento dado