Na palma do vento
pouso a fronte. Nele confio.
A quem confiaria senão a ele
este rude labor?
Abandono-me à tormenta
(lumes mastros
gaivotas do mar próximo).
Enreda-me a noite.
Mas dele são os dedos leves
que me fecham os olhos. E é manhã.
Dora Ferreira da Silva (Conchas, São Paulo, 1º de julho de 1918 — São Paulo, 6 de abril de 2006). In “Jardins (esconderijos)”. São Paulo, 1979