liberto os olhos do livro
agora a claridade vulgar
a nossa vista embaça
foi-se o tempo de tocar com as mãos
como o livro, nos fechamos, imaginamos
ardente o gélido pretérito presente
fria esta tarde indiferente
muito não mais temos
tantos ausentes seremos
encolhidos aquietamos
assim vemos o vento
quando ele se veste
das coisas que varre
neste nosso outono
Edney Cielici Dias, in “Cartas da alteridade”, Selo Demônio Negro (https://bit.ly/3wZvPjN)- Poeta devotado ao ofício da palavra, é doutor em ciência política, economista, jornalista e editor.