Por isso somos quem somos,
Estrelas de um só momento,
Mas cujo brilho ameaça
A ordem do firmamento
Volto armado de amor
Para trabalhar cantando
Na construção da manhã.
Reparto minha esperança
E canto a clara certeza
Da vida nova que vem.
Um dia, a cordilheira em fogo,
Quase calaram para sempre
O meu coração de
companheiro.
Mas atravessei o incêndio
E continuo a cantar.
Ganhei sofrendo a certeza
De que o mundo não é só
meu.
Mais que viver, o que importa
É trabalhar na mudança
(antes que a vida apodreça)
do que é preciso mudar.
Cada um na sua vez,
Cada qual no seu lugar.
Thiago de Mello (Barreirinha – AM, 30 de março de 1926 – Manaus – AM, 14 de janeiro de 2022)
Poema enviado pela amiga Maria Isabel Pellegrini Vergueiro