Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço, aço, aço, aço, aço
Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos, calmos, calmos, calmos, calmos
E lá se vai
Mais um dia
Oh-oh
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva de um rio, rio, rio, rio, rio, rio, rio, rio, rio
De tudo se faz canção
E o coração na curva de um rio, rio, rio, rio, rio
E lá se vai
Mais um dia
Oh-oh
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente, gente, gente, gente, gente, gente, gente, gente
E lá se vai
Lô Borges (Belo Horizonte, Minas Gerais, 10 de janeiro de 1952 – Belo Horizonte, Minas Gerais, 2 de novembro de 2025) / Márcio Borges (Belo Horizonte, Minas Gerais, 31 de janeiro de 1946)/ Milton Nascimento (Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942). “Clube da Esquina nº 2” é um álbum de 1978, que continua o movimento musical dos artista mineiros iniciado em 1972 com o primeiro álbum. A obra manteve a colaboração coletiva e a diversidade estilística de seu antecessor, sendo lançada como uma continuação do disco original, com 23 faixas em dois LPs. Ele aborda temas de esperança e desespero, refletindo as contradições sociais do Brasil sob o regime militar e explorando a tensão entre o trauma histórico e futuros incertos. O álbum original de “Clube da Esquina” (1972) é considerado o disco mais emblemático do movimento e se destacou pela sua qualidade, sendo reconhecido como um dos álbuns mais importantes da história da música brasileira