Lourdes de Deus: Riacho na fazenda e Roça

Lourdes de Deus – Autodidata, a pernambucana Lourdes de Deus nasceu em 1959. Percorreu o Brasil com seu marido e incentivador Waldomiro de Deus, um dos mais consagrados artistas populares brasileiros. Lourdes pinta com romantismo e com muitas cores o cotidiano e as manifestações folclóricas nacionais, como a festa de São João, a folia de Reis e o bumba-meu-boi. Algumas telas da artista estão expostas no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no Museu Internacional de Arte Naïf de Quebec (Canadá) e em diversas residências no Brasil e na Europa, cujas obras foram adquiridas por turistas.

Contatos:
www.instagram.com/lourdesdedeusnaif
lourdes_dhora@hotmail.com
WhatsApp: (11) 9 3245-6345

Poemeu

Sempre linda verde vida vadia
Âmagos e ácaros
Vertem numa silhueta púrpura
No fim dos nossos dias
Abacaxis e sapos do dia a dia
Sobressaltos & cotidianidade
Tesão frustração acomodamento
Sai ou não esse arroz com feijão
Ou a grana do tubarão
A música urbana + do samba canção e
Da cuiquinha
Money grana dargeant para comer
Bucetas com champignon
E falar do coração (despedaçado) pela
Ilusão de conseguir
Na velocidade lenta e chacoalhenta
Dos dias uma emoção para (continuar a)
Viver.

Santos, 14/Set/1990.

Exposição “Tarsila popular” no Masp (até 28/07/2019): Porto I, 1953 e A feira I, 1924

Museu de Arte de São Paulo (Museu diverso, inclusivo e plural)

O Masp é um museu privado sem fins lucrativos, fundado em 1947 pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand (1892-1968), tornando-se o primeiro museu moderno no país. Chateaubriand convidou o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) para dirigir o Masp, e Lina Bo Bardi (1914-1992) para desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico. Mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, hoje a coleção do Masp reúne mais de 10 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas.

O Masp tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Para tanto, deve ampliar, preservar, pesquisar e difundir seu acervo, bem como promover o encontro entre públicos e arte por meio de experiências transformadoras e acolhedoras.

Tarsila do Amaral (Capivari, SP, 1886 – São Paulo, 1973) é uma das maiores artistas brasileiras do século 20 e figura central do modernismo. Esta é a mais ampla exposição já dedicada à artista, reunindo 92 obras a partir de novas perspectivas, leituras e contextualizações.

De família abastada, de fazendeiros do interior de São Paulo, Tarsila desenvolveu seu trabalho com base em em vivências e estudos em Paris a partir de 1923. Por meio das aulas com André Lhote (1885-1962) e Fernand Léger (1881-1955), aprendeu a devorar os estilos modernos da pintura europeia, como o cubismo, para digeri-los e, de maneira antropofágica, produzir algo singular. É importante chamar atenção para a noção de antropofagia, criada por Oswald de Andrade (1890-1954): um programa poético através do qual intelectuais brasileiros canibalizariam referências culturais europeias com o objetivo de digeri-las e criar algo único e híbrido, além de incluir elementos locais, indígenas e afro-atlânticos.

O enfoque da exposição é o “popular”, noção tão complexa quanto contestada, e que Tarsila explorou de diferentes modos em seus trabalhos ao longo de toda a sua carreira. O popular está associado aos debates sobre uma arte ou identidade nacional e a invenção ou construção de uma brasilidade. Em Tarsila, o popular se manifesta através das paisagens do interior ou do subúrbio, da fazenda ou da favela, povoadas por indígenas ou negros, personagens de lendas e mitos, repletas de animais e plantas, reais ou fantásticos. Mas a paleta de Tarsila (que serve de inspiração para as cores da expografia) também é popular: “azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante”.

Tarsila popular tem curadoria de Fernando Oliva, curador do Masp, e Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu.

Serviço:
Masp – Av. Paulista, 1.578
Terça-feira (grátis): 10h-20h
Quarta-sexta: 10h-19h
Sábado-domingo: 10h-20h
(horários ampliados até 28/7)
masp.org.br/oficinas
Instagram: @masp

Francisco Galeno: entre Piauí e Brasília

Francisco Galeno nasceu em Parnaíba, Piauí, em 1957. Veio aos 20 anos para Brasília, em busca de melhores oportunidades, e lá reside até hoje. Frequentou o ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português. Fez curso-livre com Maria Pacca no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF, sob a direção de Luís Áquila. Construiu um caminho artístico na contramão dos modismos e ao mesmo tempo atento às experimentações da arte contemporânea. Sua arte é conceitual, mas está enraizada na história de sua infância. Em suas próprias palavras: “na minha arte não entra um prego que não seja carregado de história afetiva”, ressaltando que sua arte conceitual não é fria, abstrata ou cerebral, mas sim o diálogo com a fonte popular. As matérias primas utilizadas por Galeno são os objetos recolhidos do cotidiano do interior do Brasil – carretéis vazios, latas, partes de tear, restos do dia a dia que ele transforma de lixo em matrizes de sua expressão artística. É hoje um nome consagrado nas artes plásticas da capital da República, com grande reconhecimento da crítica. Continua vivendo em Brazilândia, cidade satélite de Brasília, o mesmo local onde se estabeleceu ao chegar à cidade.

Contatos:
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jhongaleno@hotmail.com