Mais uma vez é preciso
reaprender o outono –
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
Emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração
E sabe deus a minha humana mão
Ruy Belo (São João da Ribeira, Rio Maior, Portugal, 27 de fevereiro de 1933 — Queluz, Sintra, Portugal, 8 de agosto de 1978). In “Todos os poemas I”. Cidade. Assírio & Alvim, 2004