Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Rio de Janeiro , 1935

Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 – Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980)

Alex dos Santos: Um pouco mais de sua pintura…

Alex Benedito dos Santos nascido em 13/02/80 vive e trabalha na cidade de Jaboticabal, interior do Estado de São Paulo. Residente a Rua João Faccio, 90, Jardim Mariana. Participa de exposições desde 1997, ganhando vários prêmios passando a ter suas obras presentes em acervos públicos como, por exemplo, acervo da Assembleia Legislativa em São Paulo, no museu de arte de Ribeirão Preto, no acervo de Sales de Oliveira entre outros.

Seu trabalho também consta em coleções particulares e atualmente está representado pela galeria de arte brasileira em São Paulo. Cursou Educação Artística na Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal, tendo abandonado o curso no final devido a compromissos nas suas produções artísticas.

Seu trabalho reverencia a genialidade pouco compreendida de uma das mentes mais brilhantes do universo artístico contemporâneo. Alex Benedito dos Santos, ou simplesmente Alex dos Santos, é um artista que inspira uma multiplicidade de sentimentos, consubstanciados em um portfólio riquíssimo, que engloba pinturas em papelão, tela, painel, madeira, tal como esculturas, instalações e uma variada gama de produções que se enquadram nos conceitos de arte naïf, arte primitivista, arte popular brasileira e arte contemporânea.

Contatos:
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Pessoas

“…mire, veja: o mais importante e bonito do mundo é isto;
que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram
terminadas, mas que elas vão sempre mudando.
Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.”

João Guimarães Rosa (Cordisburgo, MG, 27 de junho de 1908 – Rio de Janeiro, RJ, 19 de novembro de 1967), In “Grande Sertão: Veredas”