Namorada

Você chegou assim de vesgueio
E foi se alojando em meu coração
Antes solitário e amargurado
Por buscar algo que não sabia bem o que

Sempre busquei algo como uma companhia
Não nunca soube bem o que
Talvez seja algo tão simples e decidido
Como uma companheira

Desde então a solidão não mais me assusta
Pois sei que tenho alguém para os dias
E uma mulher de verdade
Para as noites de amor em minha cama

Hoje vivo com tranqüilidade meus dias
Não vago por aí como um errante em busca
De não sei o que: curto o sossego do lar
E estou por inteiro, como quando vim ao mundo

Higienópolis, São Paulo, 18/Out/2000.

Abstrações de Selma Daffrè

Selma Daffrè, gravadora, pintora, aquarelista e professora de arte. Algumas Individuais: 1983, Elf Galeria – Belém e Galeria SESC Paulista – São Paulo; 1988, Galeria Millan – São Paulo; 1989, Galeria Jardim Contemporâneo – Ribeirão Preto – SP; 1990, Museu da Universidade Federal Belém – PA; 1991, Falsterbo Konsthall – Suécia; 1992, Galeria Linné – Uppsala – Suécia; 1993, Museu da Universidade Federal do Pará; 1994, Stadtbibliothek,- Nurnberg – Alemanha e Fundação Cultural de Uberaba – MG; 1997, Galeria Barsikow – Alemanha e Ibero-Americanisches Institut – Berlim- Alemanha; 1998, Falsterbo Konsthall – Suécia; 2002, Malaspina Printmakers Society – Canadá e 2007 Galleri Nytorget 13 – Suécia.

Contatos:
www.facebook.com/profile.php?id=100006288677651
www.instagram.com/daffreselma
selmadaffre@terra.com.br

Amor, divino, amor

Amor, quando te conheci, não acreditei
A felicidade foi muito grande
Parecia um presente vindo dos céus

Hoje estamos juntos e já faz um tempo
Vivendo com determinação os prazeres
E as dificuldades do dia a dia

Somos felizes dormindo juntos
E, entre outras coisas, indo ao cinema
Estudamos juntos e nos complementamos

Você é minha cara-metade
Nós somos unha e carne
Eu sou seu, você é minha: homem e mulher.

Poema dedicado a Lulu, 02/Ago/2000.

E agora morena?

E agora
Morena?
Eu sozinho
Nesse forró
Caipira.
Cercado de
Saudade:
Da infância
De São Paulo –
Imensa Luz –
E você passou
Pela minha memória, ou
Seja, ficou uma grande
Farpa de saudade.
Queria calmamente,
Porém c’alma
Ardente
Dançar
Pendurado
Em seu ombro
Amigo
Essa dança
Avechada
De boa.

Vi uma japonesa
Vestida de preto,
O Zé Bonito,
O filho de D. Maria,
Badu e suas novas
Amigas. Mas,
Estrangeiro,
Não vi você
Na dança
Matando hipotéticas
Baratas com o
Pé no chão ao
Ritmo do
Fole.

Vila Odilon, Ourinhos.