Para falar a verdade
gostaria de uma poesia
como se madeira.
E que deixasse saudade
como as viagens nos caminhos da infância.
E também fosse igual aos chapéus
dos velhos palhaços.
Os cabelos da mulher amada.
E que a minha poesia fosse forte, valente,
como um caminhão carregado de madeira ou saco de sal,
como os sentimentos que o meu coração guarda,
e pudesse derreter, como o fogo, o ferro,
a espada dos tiranos.
Poesia pequena como uma estrela
e grande e forte como um cavalo.
E grande e forte como uma locomotiva.
E grande e forte como uma rosa vermelha.
José Godoy Garcia (Jataí, Goiás, 3 de junho de 1918 – Brasília, Distrito Federal, 20 de junho de 2001). Curadoria de Luís Araujo Pereira