Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refleti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.
Manuel Bandeira (Recife, Pernambuco, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968), in “Belo, Belo”, Petrópolis, 1948