Mês: julho 2024
Em um maio, 2003, parando para pensar
Um dia parei para pensar e estou quieto até hoje. O tempo é lento nessas horas e o silêncio faz-se necessário. O que é o ato de escrever uma poesia? É um momento da vida que sublima e sai da casca na forma de um poema. Não é sempre que isso ocorre. Só em momentos especiais. Como hoje, por exemplo. Sentei e organizei um pedaço de poema, anteriormente pensado e parcialmente escrito. Escrevi um outro, que chamei “O animal, o papel”. Há tempos já pensava em escrever algo, por mais singelo que fosse. Faltava-me coragem e disposição. Hoje, como num passe de mágica, surgiram dois e meio. Tudo isso são motivos para que eu fique contente e continue a colocar no papel alguns fragmentos de vida, de poesia. Escrever sempre, para tentar organizar ideias e dar algum sentido para a vida, que não anda fácil. Tenho me esforçado, mais são os outros que não deixam a coisa fluir. Transbordam problemas, crises que vem de fora. Dentro de mim tenho explorado bastante. Examino o inconsciente pelo menos duas vezes por semana. Tomo remédio todo o dia, em doses pequenas, confesso. Mais tomo. E estou consciente disso e do bem que eles me fazem também.
Morre, aos 88 anos, o xilogravurista pernambucano J. Borges
Salve J. Borges! Você deixa um grande legado para a arte popular brasileira.
Na entrevista que fiz com ele para o livro “Eu me ensinei” perguntei: E de onde vem a inspiração? E ele respondeu: “Vem daqui mesmo do que eu vejo, do que eu sinto, do que eu penso. Do que acontece, das lenda, do folclore. O dia a dia do povo, a convivência, a tristeza, a alegria. Tudo isso dá cordel e dá também gravura.” (Edna Matosinho de Pontes)
J. Borges (Bezerros – PE, 1935 – 2024)
Oriente
Sílvia Amélia
Tudo quanto é puro e cheira
– Manacá, jasmim, camélia
Lírio, flor de laranjeira
Rosa branca, Sílvia Amélia!
Manuel Bandeira (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968), in “Mafuá do Malungo”, 1948
Savinho Maia: Esculturas em pedra para serem eternas!
Sávio Maia
Nascido em 1965, Domingos Sávio Maia é desenhista e iniciou-se em esculturas em pedras no ano de 2004. Trabalha com granito e pedra sabão e suas esculturas são geralmente anjos, santos, Budas, fontes, bichos e placas. Fotos de seus desenhos e escultoras, num total aproximado de 2.500, estão disponíveis para serem vistas em sua rede social.
São João Del Rei – MG – Brasil 🇧🇷
Contatos:
www.instagram.com/savinho_maia
maiasavio65@gmail.com
WhatsApp: (31) 9 9780-7378
Como ovo (Estudo)
Vida
Sei entanto a sua vida é desta
Tinta vermelha com que te esqueço
Esta ode seu sangue é de touro que vem
Transe e distraída era um só traço
E seu ultra-romantismo real
Feliz entre quatro nuas
Falando de poesia em tom de desabafo
Poesia. Escrevi algumas, cerca de 30 páginas. Tenho algumas inacabadas e outras na cabeça, na vontade de dizer. Algo. Amor, sofrimento, paz, natureza, ódio (por que não?). A nossa condição de vida, como seres humanos instalados nessa terra de meu Deus, não é das melhores. As perspectivas não são muito boas: poluição, guerras, fome. Temos nossas condições de trabalho, mas não existe emprego. Temos muito que ler e aprender, mas não temos tempo. Precisamos ganhar o pão e a guerra já. Somos ansiosos e nossas bocas urgem. Queremos a revolução, mas temos medo do poder. E de perder a guerra. E de fazer a guerra, pois pensamos na impossível paz. A guerra não depende de nós, mas a paz sim. Botamos a culpa na guerra e no instinto destruidor do homem. E assim vamos vivendo, sem planejamento e aos trancos e barrancos. E para quê tudo isso? Para morrermos depois e não levarmos nada. Alma…