“Futuros Vencidos” – Gravuras de Vinicius Libardoni

Em sua primeira individual na galeria, o artista irá mostrar gravuras realizadas durante seu mestrado na Polônia.
Os edifícios que compõem esta série refletem o interesse latente pelo tema da ruína e da suspensão do tempo. Futuros que poderiam ter sido, mas que nunca chegarão a sê-lo, são as possibilidades nunca vividas ou, ainda, uma profecia de futuro que não poderá jamais existir.
Natural de Pato Branco–PR, Vinicius Libadoni é arquiteto e artista plástico. Graduado Arquiteto e Urbanista pela UFSC em 2012, recebeu o título de Mestre em Belas Artes (MFA) com especialização em Gravura pela Academia de Arte e Design da Breslávia em 2019, onde recentemente concluiu também seu Doutorado em Artes com o título “Recasting Architecture: Etched Memories, Cast in Concrete”. Radicado na Polônia desde 2017, decidiu conscientemente afastar-se de sua prática profissional como arquiteto para dedicar-se inteiramente à arte da gravura em uma busca pessoal por reencontrar propósito em uma profissão que lhe parecia exaurida de sentido.
Através de seu posicionamento crítico ele nos convida a refletir sobre o papel do arquiteto como profissional autônomo na sociedade hoje. Em sua obra não-construída, o arquiteto se dedica a refletir sobre a atual condição
da arquitetura contemporânea, focando em estruturas esquecidas, abandonadas—suspensas entre as glórias do passado e as incertezas do futuro.
Sua formação como arquiteto desempenha um papel fundamental não apenas no conteúdo, mas sobretudo na forma como representa estes edifícios. Ainda assim, o seu universo gráfico está repleto de imprecisões temporais, retratos de um passado no tempo presente sem possibilidade de futuro.
Como ruínas em processo de construção, suas arquiteturas evocam um forte sentimento de nostalgia particular e íntima ao artista longe de casa. Refutando a todo custo a ideia de que o futuro lhes é inalcançável, estas sólidas ruínas de tijolo e concreto se mostram total ou parcialmente suspensas, desprendidas da terra firme, desafiando a própria noção de gravidade. Existe aqui uma inversão fundamental da tectônica telúrica praticada desde a antiguidade, em que a arquitetura literalmente se apoia na terra; nessas gravuras, imensos edifícios são colocados num estado de suspensão material que, de algum modo, ecoa a suspensão do tempo evocada por suas presenças na cidade de hoje.

Galeria Gravura Brasileira
Rua Ásia, 219, Cerqueira César, São Paulo, SP – CEP: 05413-030

Segunda a sexta: 14h00 às 18h00 I sábado 13 às 17h ou com hora marcada

Contatos:
contato@gravurabrasileira.com
Fone: (11) 3624-0301
WhatsApp: (11) 9 8258-9842
www.gravurabrasileira.com

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 60 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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