Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e, juntas rezam e meditam até que aparece a canção da criança.
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção.
Logo, quando começa sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta e novamente e canta.
Quando chega o momento de seu casamento a pessoa escuta sua canção.
Finalmente quando a sua alma está para ir-se deste mundo, a família e os amigos aproximam-se e, igual seu nascimento, cantam sua canção para acompanhá-lo na viagem.
Nesta tribo da África há ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor.
Então lhe cantam sua canção. A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.
Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém.
Seus amigos conhecem a sua canção e cantam quando esqueces.
Eles recordam tua beleza quando te sentes feio.
Tua totalidade quando estás quebrado.
Tua inocência quando te sentes culpado.
E teu propósito quando estás confuso.
Atribuído a Solba Phamem, uma suposta poetisa africana que, na realidade, aparentemente não existe de fato
Esse poema nos foi entregue impresso em um lindo papel reciclado pela amiga Maria Isabel Pellegrini Vergueiro, que escreve a seguinte dedicatória: “Para os amigos queridos Eduardo e Luiza. Que em 2005 a gente possa cantar juntos!”.