Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
Antes que esta assi crecesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?
Sá de Miranda (Coimbra, Portugal, 28 de agosto de 1481 — Amares, Portugal, 15 de março de 1558), Cantiga
Poema enviado por WhatsApp pelo amigo Edney Cielici Dias, poeta e autor do livro “Cartas da alteridade”, que comentou: “Ah… Sá de Miranda…”.