A um desconhecido

Desconhecido viandante! você não sabe quão ardentemente
o contemplo,
Você deve ser aquele que eu procurava, ou aquela que eu procurava, (isto
me vem como um sonho),
Em algum lugar certamente vivi com você uma vida de felicidade,
Tudo é lembrado como se perpassasemos um pelo outro, fluido,
afetuoso, puro, maduro,
Você cresceu comigo, foi menino comigo ou foi menina comigo,
Comi com você e dormi com você, seu corpo tornou-se não apenas seu,
nem meu corpo ficou tão somente meu,
Você foi me dando o prazer de seus olhos, rosto, carne, em troca
você tornou minha barba, peito, mãos,
Não vou falar com você, vou pensar em você quando me sento sozinho
ou quando acordo sozinho à noite,
Vou esperar, não tenho dúvida que vou encontrá-lo novamente,
Tenho que acreditar que não vou perder você.

Walt Whitman (Huntington, Virgínia Ocidental, 31 de maio de 1819 – Camden, Nova Jérsei, 26 de março de 1892), in “The Complete Poems”.

Tradução feita por Edna Matosinho de Pontes em 23 de abril de 1991, portanto há 31 anos.

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 60 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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