Jaime Prades: Série intitulada “Transborda”

“Este ano participo da exposição itinerante “Diversos”. A exposição, que agora está na galeria anexa ao Museu Nacional da República em Brasília até dia 27 de outubro, já passou por São Paulo, Pindamonhangaba e também na Casa França Brasil no Rio de Janeiro. As curadoras são Vera Nunes e Bianca Bernardo e contemplaram um grupo de artistas, na sua maioria emergentes, representativos da riqueza cultural da nossa sociedade, que mais do que nunca, e justamente, tem conquistado os espaços institucionais das artes. Participo com três obras que fiz em 2019 e 2024 que fazem parte da série que chamo de “Transborda”. Dei esse nome por causa de parecerem um derramar de elementos dourados que tentam expressar experiências de estado de consciência profundos. O fazer arte em si, no ato criativo e durante o processo da materialização das obras, catalisa e integra as realidades interna e externa, estabelece uma ponte e permite transitar entre o intangível e o tangível. O resultado dessa experiência é a própria obra. Deixo aqui o registro dessas três “experiências”:

Transborda 1: assemblage, colagem e pintura a óleo sobre painel de madeira, 30 x 96 cm, 2019;

Transborda 4: óleo sobre papel,  50,5 x 35 cm, 2019;

Mandorla: peças de aço carbono tratado e pintado, cabos de aço, suporte de acrílico, 220 x 40 cm, 2024.”

Jaime Prades – Artista – Muralism, painting, sculpture, drawing

www.jaimeprades.art.br

@vera.cultura @biancabernnardo @museunacionaldarepublica

Veja mais clicando em:  https://www.instagram.com/p/DA1HEQxPI9V/?igsh=dTFkMHIxYzF2Znlx

Artista indicado para o blog por Gejo, O Maldito, que comenta: “Boa tarde Edu, segue um artista do graffiti, da velha escola paulistana dos anos 80. Ultimamente vem aparecendo nas mídias com novas exposições. Acaba de lançar uma série de gravuras também com a Editora Papel Assinado.”

Por quem os sinos dobram (Trecho)

“Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

Ernest Hemingway (Oak Park, Illinois, EUA, 21 de julho de 1899 — Ketchum, Idaho, EUA, 2 de julho de 1961)

Marquinhos Tatoo: Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP)

Marquinhos Tatoo

Marcos Paulo Silva Machado, conhecido por Marquinhos Tatoo (@marquinhos_art1), nasceu em Salvador, Bahia, em 15/05/1985 e mora em São Paulo desde os 6 meses de idade. Em novembro de 2016, durante uma brincadeira com amigos em uma roda de capoeira, acabou fraturando 2 vértebras na cervical, o que o deixou tetraplégico. Antes do acidente, era tatuador e barbeiro e tinha seu próprio negócio. Depois de 6 meses internado no HC, ao voltar pra casa, decidiu tentar pintar com a boca, tendo grande êxito e sendo aceito para integrar a APBP em 2020.”

👨‍🎨 Artista plástico da APBP

Estilo de pintura: Com a boca
Técnica: Óleo
Título da obra: “Sol na laje”

APBP Brasil
Arte
A APBP é parte de uma associação internacional de artistas que, devido à sua deficiência física, pintam belas obras de arte com a boca ou os pés.

Contatos:
APBP – Rua Tuim, 426 – Moema – São Paulo/ SP – CEP: 04514-101
(11) 5053-5100
apbp@apbp.com.br
https://apbp.com.br/home

Meu destino

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida…
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida…

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985)

Chão de estrelas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de doirado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a alegria desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão

Orestes Barbosa (Rio de Janeiro, 7 de maio de 1893 – 15 de agosto de 1966) / Silvio Caldas (Rio de Janeiro, 23 de maio de 1908 — Atibaia, 3 de fevereiro de 1998). Música interpretada por Nelson Gonçalves (Sant’Ana do Livramento, 21 de junho de 1919 – Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998) e Raphael Rabello (Petrópolis, 31 de outubro de 1962 — Rio de Janeiro, 27 de abril de 1995)

A Ribeirinha (ou Cantiga de Guarvaya)

No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me vay,
ca já moiro por vos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha
d’aver eu por vos guarvaya,
pois eu, mia senhor, d’alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d’a correa.

Paio Soares de Taveirós (Reino da Galiza, província portuguesa do Minho, Portugal, 1200 – Morte, Desconhecida) – Foi um trovador da primeira metade do século XII, descendente da pequena nobreza galega. Foi o autor da célebre Cantiga da Garvaia, durante muito tempo considerada a primeira obra poética em língua galaico-portuguesa.