O Acossado (“À bout de souffle”)

Filme marcante em minha vida provecta de cinéfilo. Essa película francesa em preto e branco, do gênero drama, comédia e policial, realizado em 1960 pelo diretor e roteirista da Nouvelle vague Jean-Luc Godard e com roteiro baseado em história de François Truffaut, é estrelado por Jean Seberg (Patricia Franchini) e Jean-Paul Belmondo (Michel Poiccard) e conta a história de Michel que rouba o carro de um militar americano em Marselha, mata um policial no caminho para Paris e, ao chegar lá, encontra Patrícia, que já conhecia previamente. Ela é uma liberal jovem norte-americana aspirante a jornalista que trabalha como vendedora do jornal New York Herald Tribune nos Champs-Élysées. Ao mesmo tempo que foge da polícia, Michael aplica outros golpes na cidade enquanto tenta convencer Patrícia a envolver-se romanticamente com ele. O objetivo final de Michel é escapar para a Itália, mais precisamente Roma, onde ele acredita que encontrará refúgio. Já identificado como o assassino do policial, sua foto figura em todos os jornais.
“À Bout de Souffle” é uma expressão da língua francesa que significa na língua portuguesa: “No final das forças, sem fôlego”, numa referência à constante fuga do personagem Michel Poiccard.
Em 1983 foi realizada nos Estados Unidos uma refilmagem, que recebeu o título de “A força do amor” (Breathless), e que foi estrelada por Richard Gere e Valérie Kaprisky.

Dalton Costa: Nuvem e Iemanjá

Dalton Costa

Nascido em Goiânia/ GO em 1955, vive e mantém atelier de pintura e escultura em Maceió/ AL. Artista contemporâneo de múltiplas técnicas, suas obras são realizadas a partir de pintura, escultura e montagens. Uma das principais características de seu trabalho é o uso de madeiras nobres de demolição, portas e janelas de cedro, imbuia, louro e marfim. Realiza extenso trabalho de pesquisa viajando pelo nordeste, em regiões como o Vale do Catimbau, Chapada Diamantina e principalmente as margens do Rio São Francisco. Nos últimos anos tem se dedicado à realização de vídeos documentários sobre a vida e a obra de artistas populares, tais como “Fernando Rodrigues, o Guardião de Memórias”, “Dona Irinéia , a Senhora do Barro” – Direção e Imagens e “O universo Lúdico de Resendio”. Em seu currículo constam 10 exposições individuais e inúmeras coletivas, além de citações nas principais publicações de arte. Sobre sua obra escreveu recentemente Célia Campos, doutora em Artes pela USP: “A atual produção de Dalton Costa mostra uma profunda transformação da sua expressão artística, é como se, neste momento, ele pusesse de lado todas as suas experiências formais e técnicas anteriores. Nesta exposição o artista organiza um discurso que tenta falar “por meio das coisas”, através de instalações com elementos que se repetem em diferentes organizações: corações, fitas, textos, caixas; organizações onde cada elemento está carregado de significados implícitos. A sua recusa à antiga técnica faz existir agora uma “técnica projetual” conforme conceituava Argan, a qual consiste em tomar posse e usar coisas e imagens que fazem parte do contexto social e do ambiente local. A isto se chega através da coleta, da apropriação de objetos que pertencem ao mundo; é o acúmulo de coisas apanhadas, de coisas “vividas” que já cumpriram as suas funções originais. Há uma ênfase à técnica do artesão, do marceneiro numa busca para se relacionar com as camadas mais internas – viscerais – do material escolhido. Por outro lado a voz do artista se faz presente através dos textos que aludem à consciência do vazio, da fragilidade humana, de uma religiosidade sem respostas, à quase ausência da esperança… Eis o contraponto entre a experiência vivencial e sua manifestação expressiva. O artista quer nos contar algo, quer nos fazer cúmplices da sua experiência, companheiro em suas buscas e para isso pede-nos a interagir com sua obra, seja tocando seus objetos, seja lendo seus discursos. Esta é uma produção artística de forte cunho catártico que representa uma viagem para dentro do sofrido interior do artista. Mas é uma produção capaz, por sua própria força, de transcender o drama individual da qual ela se originou. Aqui cada obra, cada palavra abrem um pequeno vão no arquivo da memória ou revolvem a matéria fragilmente preservada no sótão do inconsciente. Este é o caminho que Dalton Costa busca para encontrar no espaço da criação o significado para continuar existindo como homem e como artista.

Contatos:
www.facebook.com/dalton.costa.3766
www.instagram.com/daltoncostaneves
www.karandash.com.br

Gejo, O Maldito: Tatu isolado

(Spray sobre papel algodão Fabriano 300 gm)

Gejo, O Maldito

Nascido na Bahia, ele ingressou no graffite, hip hop e stencil no meio dos anos 90 e popularizou o graffiti e o hip hop nas escolas públicas. Massificou o termo arte/ educação, participou das ONG’s mais relevantes de São Paulo; expôs em escolas, bibliotecas, museus, galerias e exposições nos Estados Unidos, Alemanha, Israel, Canadá, Bélgica, Cingapura e Itália. É criador da marca de “Hip Hop 9370”, editor da revista Arte na Ruas e criador do evento “Free Art Fest”. Atualmente é proprietário do ponto cultural Elo Perdido e da Free Art Agency, que é uma empresa de artistas brasileiros que realiza oficinas, palestras, presta assessoria para assuntos de Street Art, produz ações artístico-culturais para galerias, espaços culturais, ONGs, Estados e empresas. Suas obras refletem as relações humanas nas áreas das questões ambientais, sociais, educacionais, políticas com tons de humor e muitas vezes de críticas com denúncias sociais.

Contatos:
www.facebook.com/gejone
www.instagram.com/gejo.o.maldito
9370hq@gmail.com

Fazenda

Vejo o Retiro: suspiro
            no vale fundo.
Retiro ficava longe
            do oceanomundo.
Ninguém sabia da Rússia
            com sua foice.
A morte escolhia a forma
            breve de um coice.
Mulher, abundavam negras
            socando milho.
Rês morta, urubus rasantes
            logo em concílio.
O amor das éguas rinchava
            no azul do pasto.
E criação e gente, em liga,
            tudo era casto.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987). In “Lição de Coisas”. 1962.

Um artista de Alagoas: Carlos João dos Santos

“Meu nome é Carlos João dos Santos. Nasci em Arapiraca – AL. No ano de 1986 fui criado no povoado Taboca, bairro da cidade de Feira Grande, de família humilde desde criança, aproximadamente no ano de 1992, comecei a observar meu avô fazendo telhas e panelas de barro, e foi despertada a curiosidade e comecei com o barro a fazer bonequinhos, carrinhos, panelinha para brincar, e isso era uma forma de ter os brinquedos de brincar, como na época era uma necessidade, não tinha condições de comprar. Com uns oito anos comecei fazer meus desenhos no chão em folhas de papel em palma – planta típica do Nordeste – , e cada vez que eu fazia mais gostava e fui me aperfeiçoando e criando cada vez mais na adolescência na escola, sempre meus amigos me procuravam para fazer trabalhos de artes, como alguns cartazes, desenhos e maquetes. Com 22 anos trabalhei em uma empresa de construção civil, e sempre na hora do almoço aproveitava o momento e fazia esculturas ou casinha de tijolos com materiais que eram descartados pela a empresa, casei com 24 anos e comecei a residir em Lagoa da Canoa – AL, e desde então venho fazendo minhas artes cada vez mais, e sempre que posso participo de feiras e exposições.”

Carlos João dos Santos

Contatos:
www.instagram.com/carlosjoaodossantos4
WhatsApp: (82) 9 9950-4303