O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda (Parral, Chile, 12 de julho de 1904 — Santiago, Chile, 23 de setembro de 1973)

Alex Cerveny: Nasca, 2010 – Bordados sobre linho

Alexandro Júlio de Oliveira Cerveny (São Paulo, São Paulo, 1963). Desenhista, gravador, escultor, ilustrador, pintor. Estuda desenho e pintura com Valdir Sarubbi (1939-2000) e gravura em metal com Selma Daffré (1951). No início da década de 1980, leciona gravura em metal no Paço das Artes, no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP e nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, em São Paulo. A partir desse período produz desenhos e aquarelas de caráter predominantemente narrativo e que também apresentam referências autobiográficas, relacionadas a sua experiência anterior como artista circense. Trabalha como ilustrador em diversos livros, como “Vejam como eu sei escrever”, de José Paulo Paes (1926-1998) (Ática, 2001), e “Pindorama”, de Sandra Peres e Luiz Tatit (1951) (Cosac & Naify; Palavra Cantada, 2003), e também para o jornal Folha de S. Paulo. Seus livros mais importantes são “A origem das espécies”, Editora Ubu, “Banhei minha mãe”, com poemas do Beto Furquim, Editora Laranja Original, “Labirinto”, com poemas da Beatriz di Giorgi e “Decameron”, da Cosac no Brasil e da Libros del Zorro rojo na versão espanhola. Além disso tem seu próprio livro como escritor, “Todos os lugares”, recém lançado pela Editora Circuito.

Participa do ateliê Barro Blanco, onde produz trabalhos de cerâmica. Atua ainda em um projeto educacional da Fundação Vale do Rio Doce, ministra oficinas de cultura para professores em cidades do interior das regiões Norte e Nordeste. Sua produção como ilustrador é apresentada na mostra Desenhos de Ilustrações, realizada em 2005, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.

Sobre as exposições, destacam-se “O glossário dos nomes próprios”, no Paço Imperial em 2011, e sua recente mostra na Triângulo, “Todos os lugares” (como o livro) e principalmente a coletiva “Nous les Arbres”, na Fundação Cartier ano passado. A fundação adquiriu três, das quatro pinturas expostas.

Análise

Alex Cerveny, desde os anos 1980, produz desenhos em que apresenta uma narrativa intimista. Inspira-se em imagens do cotidiano e em personagens extraídos da literatura e também do universo da cultura de massa. Sua obra é repleta de referências pessoais, como a sua vivência de artista circense, presente nas inúmeras figuras retorcidas e elásticas constantes em seus desenhos.

Como nota o crítico Marcelo Araújo, as imagens ingênuas provenientes de histórias em quadrinhos, misturadas a figuras de santos e anjos, encontram-se sempre em tensão com as sofisticadas texturas da aquarela e os elaborados elementos arquitetônicos que estruturam as composições.

Realiza ainda gravuras nas quais alude a um universo fantástico, em que se misturam personagens bíblicos ou mitológicos, crustáceos, torres e espaços circenses. Nelas predominam as inscrições e grafismos, associados ao trabalho cuidadoso com o claro-escuro, como na água-forte Mércúrio (1986). Entre suas obras mais recentes, encontram-se ainda esculturas de pequenas dimensões, trazendo para o tridimensional as figuras que até então povoavam sua produção gráfica.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural (https://enciclopedia.itaucultural.org.br), com atualizações do próprio artista

Contatos:
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www.instagram.com/alexcerveny
contato@alexcerveny.com
http://alexcerveny.com

Leilão Miguel Salles, com 2 obras da Galeria Pontes

Leilão 13853: Arte e antiguidade – Acervos e coleções particulares com destaque para grande coleção de relógios

Exposição apenas online

LEILÃO
Dias: 07, 08 e 09 de Abril de 2020
Terça, quarta e quinta-feira, às 20h00

Leilão apenas online

LEILOEIRA
Flavia Cardoso Soares – JUCESP Nº 948

LOCAL
Escritório de Artes Miguel Salles
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.935 – Jardim Paulistano – São Paulo

Informações: (11) 3063-5404 / (11 ) 2579-6076
WhatsApp: (11) 9 6847-9328 / (11) 9 8136-3652

Catálogo disponível (Clique aqui)

Jerônimo Miranda: Fotos em praias de Alagoas

Praia de Garça Torta, Pôr do sol em Ipioca e Riacho Doce.

Luiz Jerônimo Camelo Cabral, mais conhecido com Jerônimo Miranda, o popular “Dr.”, nasceu no dia 26 de janeiro de 1961 na cidade de Atalaia, Alagoas. Filho de Jerônimo Lopes de Miranda Cabral e Fernanda Camelo Cabral. Estudou o primário e ginásio em sua terra natal. Em Satuba fez o curso técnico de agropecuária. Em Maceió, no CESMAC, o Curso de Educação Artística (1986 – incompleto). Iniciou-se na produção artística realizando arranjos florais, com pintura à mão.

Artista plástico, autodidata, pesquisador, colecionador e marchand. Reside na cidade de Maceió desde os anos 70, onde veio a experimentar diversas técnicas do fazer artístico, tendo se concentrado nos últimos anos na pintura e na tapeçaria. Executa tapeçaria cuidadosa, prescindindo nos mais diversos materiais, com a consciência daquilo que expressa, mas sem perder o vigor na espontaneidade com que se mistura elementos cotidianos como um espelho, miçangas, cacos de vidro e uma calça jeans bordados lado a lado. Formado em agropecuária onde aprendeu a amar e respeitar a natureza, fonte de suas inspirações. Viveu e conviveu com o povo, desenvolvendo o gosto apurado pela arte de raiz.

Pinta e borda… Seus estandartes estão expostos no Museu Afrobrasil em São Paulo sob a curadoria de Emanuel Araújo. Além de exposições individuais e coletivas em Alagoas e alguns estados do Brasil, como na Bienal Naïfs de Piracicaba por duas vezes. Expondo tanto a pintura, como sua tapeçaria. Expôs na Espanha por três vezes sob a curadoria de Emanuel Araújo e a Galeria Estação de São Paulo.

Exposição individuais: 1982: Casa de Cultura de Atalaia; 1987: Casa de Cultura de Atalaia; 1991: Shopping Iguatemi e Unique Decorações; 1992: Produban – Agência Farol e Maceió Mar Hotel; 1994: Galeria Karandash; 1996: Secretaria da Cultura ( SP); Casa de Cultura Tomás Antônio Gonzaga, Ouro Preto (MG). Coletivas: 1990: II Art Nor, Sebrae; 1991: Casa de Cultura de Atalaia; 1995: Galeria Karandash ; INFOL – Maceió, onde criou a marca do Congresso e Promoções; Viva O Nordeste do Brasil; 2000: Porto Seguro – 500 Anos do Brasil; 2002: Arte Popular. Coleção Tânia de Maia Pedrosa, Museu Théo Brandão.

Como pesquisador da arte do homem do povo, descobriu e propagou vários artistas alagoanos nas principais galerias e Museus que dizem respeito a vertente popular. Interagiu e trocou conhecimentos com grandes intelectuais da cultura popular do Brasil, como : Joseph Baccaro, Janete Costa, Carlos Augusto Lyra, Lurdinha Vasconcelos, Tânia Pedrosa, Roberto Rugiero, Vilma Eid, Edna Matosinho de Pontes, Angela Mascelani, Guy Van de Beuque, etc.

Ele tem um estandarte exposto na Coleção do Instituto Carlos Augusto Lira em Recife – PE sob a curadoria da Antropóloga do Museu do Homem do Nordeste Ciema Silva de Melo.

“A vida é um mistério de Deus! Passado é aprendizagem, futuro não sei… Presente é o momento que podemos afirmar: estou aqui!
Vamos viver…”

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Patrícia Helney: Série “Memórias Poéticas da Alma Regional”

Patrícia Helney

Essa artista vem se destacando no panorama das artes plásticas com um vasto currículo com mais de 25 premiações nacionais e internacionais ao longo de 40 anos de exposições no Brasil e no mundo. Sua linguagem é da Arte Naïf, com a riqueza das cores e a simplicidade das histórias contadas em suas telas.

“Amo a vida, a arte, a música, a literatura, a dança e o meu maior tesouro é a minha família.”

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Um spot no Cosme

Cosme Martins

“Este rapaz é um cabra lutador lá do norte. Cosme Martins é maranhense e vive no Estado do Rio de Janeiro. Artista plástico profissional, é dedicado em suas vinte e quatro horas. Tive a satisfação de conviver e conhecer este distinto, simples, discreto ser, uma figura artística de grande valor, um bom exemplo de superação de origem, me encanta. Consciente do seu ofício, desenvolve um trabalho abstrato de muita delicadeza e fundo sutil, essa sutileza aliás, convém dizer, esteve “guardada” de modo inconsciente durante muito tempo e veio aos poucos, emergindo com uma clareza e força bem definidas, chegando à atual fase, onde os casarios ganham corpo e assumem cada vez mais o protagonismo da cena. Tenho muito prazer em acompanhar seu desenvolvimento e aproveito para dividir com os amigos.”

Renato Rosa

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