Natureza ritmada

Vento que me deixou areado
Como uma inalação fria e seca
Verso que ao compor saltou aos olhos
Sentimentos até então inimaginados

Chuva que me fez brotar cardumes
Como bichos nadando em minha direção
Canção cuja melodia me recorda
Momentos oriundos de passados mil

Neve que clareou meu pensamento
Como um detergente de cor lilás
Poesia que ilumina meu caminho vão
Trazendo à tona velhas cores que já fui

Orvalho que borrifou gotículas prateadas
Como vindas se um sonho de metal
Música cuja forma repisa o ritmo do tempo
Que pode vir num som bem tocado de choro

Há 20 anos partiu meu pai

Dia 6 de agosto, próxima terça-feira, estará completando 20 anos do falecimento do paizinho. A missa em sua memória será realizada neste dia, 6 de agosto, às 19 horas, na Paróquia Santa Teresinha, localizada na Rua Maranhão, 617 – Higienópolis, São Paulo – SP – Telefone: (11) 3660-1220. No domingo, 4 de agosto, às 19 horas, será realizada também uma missa em Ourinhos/ SP, onde meu pai viveu boa parte de sua vida, na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, conhecida por Seminário (Rua Amazonas, 1.119 – Vila Perino) encomendada pelo primo Ângelo Silva Neto.

Viva Edmundo de Oliveira Matosinho!
(Dois Córregos/ SP, 13 de maio de 1921 – São Paulo/ SP, dia 6 de agosto de 1999)

Deixou saudades em seus queridos filhos Edna, Edson e Eduardo

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Daniela Versiani: Curioso, o olhar perscruta o chão & outros nanquins sobre papel

Daniela Versiani nasceu em São Paulo. Forma-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e Jornalismo pela Cásper Líbero (SP). Em 1992, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 2002, conclui o doutorado em Literatura pela PUC-Rio com bolsa sanduíche pela Fulbright na Rice University. Em 2004 passa a ensinar na PUC-Rio. Suas pesquisas no campo acadêmico versam sobre a teoria da leitura de textos e imagens e suportes alternativos para o registro e difusão da poesia.

A partir de 2012, expande sua produção artística para o campo das artes visuais, buscando conectar seus escritos a uma nova forma de expressão: a pintura. Estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com os professores Ronaldo do Rego Macedo, Franz Manata, Suzana Queiroga, Alexandre Sá, João Modé e Martin Ogolter. Hoje, suas pesquisas no campo das artes visuais estão focadas nos seguintes temas: aproximação entre escrita e imagem, livros de artistas, o papel como suporte e meio para a escrita e artes visuais, e a escrita assêmica. Seus trabalhos encontram referências nas iluminuras medievais, em poetas e artistas que combinam escrita e imagem, como Max Ernst, Cy Towmbly, Mira Schendel e León Ferrari, nas colagens de Kurt Schwitters, Robert Motherwell e Robert Rauschenberg, e na “arte da destruição” de Alberto Burri, Antoni Tàpies e Lucio Fontana. Seu trabalho também é fortemente influenciado por Anselm Kiefer e Hilal Sami Hilal. Em 2016, Daniela Versiani deixou de ensinar na universidade e mudou-se para Petrópolis, onde escreve e tem seu ateliê.

Entre suas publicações destacam-se o romance A matemática da formiga (1999, 2008), Três contos ilusionistas (2008), Autoetnografias. Conceitos alternativos em construção (Finalista ao Prêmio Jabuti, 2005), Manual de boas práticas de leitura (Finalista ao Prêmio Jabuti, 2012, em coautoria) e Ler, comparar, pensar. Reflexões sobre literatura e cultura (2014) além de artigos em revistas acadêmicas. É curadora da revista RED de arte e cultura.

São Paulo – Rio de Janeiro – Petrópolis

Contatos:
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Retorno de um poeta disperso

Até aqui, tudo bem
Sobrevivo da vida cotidiana
E me preparo para o que der e vier
Surgem poemas de tempos em tempos

E, nessas horas, colocá-los no papel é quase que uma
Obrigação de poeta que caça as palavras como um cão
Vida vivida, cinema, passeios e demais atividades
Me distraem, mais sempre volto a este velho papel

Às vezes me vejo cansado
E aborrecido com tudo isso
Falta inspiração,
O tema falta

O que pretendo com isso?
Nada que não seja mais do que dizer
O que está entalado nas entranhas
Emoções e desejos vão e vem, dispersos

Até aqui, tudo bem
Voltei
Mais o velho tema se repete
E a poesia se dissolve em letras vazias

11ª edição do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão

O Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão foi idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog, em 2009, com o objetivo de oferecer aos estudantes de jornalismo a oportunidade de desenvolverem um trabalho jornalístico prático e reflexivo desde o projeto de pauta até a realização final de uma reportagem. Tanto o processo quanto o produto são orientados por um professor da instituição de ensino do estudante e acompanhados por um jornalista mentor especialmente designado pela organização do Prêmio.

A iniciativa é uma homenagem ao jornalista Fernando Pacheco Jordão, que sempre se preocupou com o desenvolvimento dos jovens profissionais de imprensa, e a Vladimir Herzog, cuja vida foi dedicada a promover um jornalismo de qualidade, verdadeiro e, acima de tudo, responsável. Pacheco Jordão atuou na redação de importantes meios da imprensa nacional, incluindo rádios, jornais de circulação nacional e TVs. Na TV Globo, Jordão editou o Jornal Nacional em São Paulo e tornou-se diretor do Globo Repórter.

Calendário da 11ª edição do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão

Tema: A face humana dos movimentos imigratórios e de refúgio e seus reflexos na sociedade brasileira.
Inscrições: 15 de maio a 5 de julho de 2019
Anúncio dos vencedores: 5 de agosto
Produção da matéria: agosto a outubro
Entrega da matéria: até 16 de outubro
Diplomação: 25 de outubro
Diplomação das equipes: 24 de outubro

Fernando Pacheco Jordão (1937 – 2017) começou no jornalismo em 1957, como redator e locutor de rádio-jornal, na antiga Organização Victor Costa em São Paulo, que abrangia as rádios Nacional, Excelsior e Cultura. Passou depois para a Radio Difusora, dos Diários Associados, onde foi secretário dos rádio-jornais e também locutor. Durante dois anos acumulou esse trabalho em rádio com o de copydesk no jornal O Estado de S. Paulo. Mais tarde atuou na TV Excelsior, como editor e apresentador do “Show de Notícias”, um telejornal diário que inovou o jornalismo televisivo e, em 1964, foi contratado pelo Serviço Brasileiro da BBC em Londres, onde se reencontrou profissionalmente com Vladimir Herzog, com quem havia trabalhado em O Estado de São Paulo.

Em seu regresso ao Brasil, em 1968, foi convidado a atuar na TV Cultura, onde criou o jornalismo com o programa “Foco na Noticia”, que posteriormente passou a se chamar “Hora da Noticia”. Também produziu programas didáticos, documentários e até dirigiu um teleteatro que foi premiado num festival interno. Em 1974 foi para a TV Globo, onde editou o Jornal Nacional em São Paulo e a seguir tornou-se diretor do Globo Repórter.

Diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na época do assassinato de Vladimir Herzog, escreveu o livro “Dossiê Herzog – prisão, tortura e morte no Brasil”, hoje sua sexta edição, que constitui documento fundamental para a história de nosso país.

Trabalhou na TV Globo até 1979. Depois disso ainda foi correspondente da revista IstoÉ em Londres e da Editora Abril em Paris, quando se despediu das redações, atuando a seguir como assessor de imprensa em campanhas eleitorais. Fernando faleceu em 16 de setembro de 2017.

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