Minha flor, minha flor, minha flor, minha flor.
Minha prímula, meu pelargônio, meu gladíolo, meu botão-de-ouro.
Minha peônia, minha cinerária, minha calêndula, minha boca-de-leão.
Minha gérbera.
Minha clívia.
Meu cimbídio.
Flor, flor, flor.
Floramarílis, floranêmona, florazálea.
Clematite minha.
Catléia, delfínio, estrelítzia.
Minha hortensegerânea.
Ah, meu nenúfar, rododendro e crisântemo e junquilho meus.
Meu ciclâmen, macieira-minha-do-japão.
Calceolária minha.
Daliabegônia minha, forsitiaíris, tuliparrosa minhas.
Violeta… Amor-mais-que-perfeito.
Minha urze.
Meu cravo-pessoal-de-defunto.
Minha corola sem cor e nome no chão de minha morte.
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987)