Nadam pelo lago do total,
lá, onde não há bem nem mal,
onde a água é imaterial e sem sal,
velozes feixes de anos-luz,
que, às vezes, alguém enxerga e traduz.
A criação é quase uma ilusão,
uma com-sentida concessão,
flash do arcaico, disfarce futurista,
mosaico íntimo-universalista.
Como pode alguém se envaidecer
de algo que venha a ser, ter ou fazer
na condição de mero canalizador
de apoteoses inter-caladas por dor?
Fernanda Spinelli (Santos, São Paulo)