De professora a artesã-estilista

Luiza Maria da Silva Matosinho, nascida em Campo Maior – Piauí, na qual viveu sua infância em uma fazenda chamada Velame, e lá além de apreciar a liberdade de um lugar amplo se divertia e em alguns casos se desentendia com os irmãos, mas logos já voltavam a brincar juntos e lá faziam suas travessuras e criações como roupas das suas bonecas, para poder se destacar no meio dos demais. Lá na sua cidade fez o ensino fundamental um e dois e trabalhou desde o seu quatorze anos até aos vinte em um lojão que vendia de tudo, até sapato para cachorro, brincava o seu patrão aos clientes. Depois veio em dois mil e seis para São Paulo. E aqui começou ver alguns cachorros de sapatinhos e lembrava-se do seu ex-patrão fazendo propaganda da sua loja aos clientes e hoje virou febre no bairro onde mora com lojas de cachorros por todos os lados e roupas com suas roupas bem estilosas. Seu primeiro trabalho em São Paulo foi como auxiliar de limpeza em uma faculdade, ela fazia com tanta dedicação o seu trabalho que o setor que era encaminhada não queriam que lhe tirasse de lá, mas outros mais também precisariam dos seus préstimos e carinho. Até que precisou de um lugar para morar e uma pessoa de um dos setores que limpava lhe perguntou se ela conhecia alguém para trabalhar em sua casa como doméstica, ela falou que tinha, ela que mesmo não tendo registro em carteira nesse ofício se fosse interessante ela iria, pois precisava de um lugar para morar, contou a sua história e terminou trabalhando para essa pessoa por cerca de dez anos. Nesse tempo terminou o ensino médio, fez faculdade de pedagogia na PUC-SP e também conheceu o seu atual esposo no bairro e terminaram casando-se e tendo um filho. Depois começou a trabalhar como estagiária em uma escola passando para auxiliar depois a professora, mas com uma crise de depressão que na época tinham muito preconceito, mesmo sendo muito querida pela dona da escola foi mandada embora, meses depois conseguiu ingressar em outra escola e trabalhou por volta de uns doze anos. Saiu por se sentir que não tinha mas energias para se dedicar a escola e as crianças como achava que devia fazer e no dia seguinte pediu demissão, mesmo tendo carinho com a escola e as crianças, sem se programar financeiramente sabia que iria ser um desafio quando as contas da casa começassem a chegar, mas começou a se dedicar em organizar a sua casa interna como a sua casa física, estudando o auto conhecimento, um marco na sua vida foi a pandemia que começou a se voltar para dentro, curando as suas dores emocionais que travavam a sua criatividade, e a sua abundância, mental, espiritual e material e passou até uma paixão em busca do seu propósito e essa paixão, começou a trazer esse afinamento, por um lado com a busca do DIVINO, foi conseguindo fazer essa limpeza interna como se descascasse uma cebola e aos pouco foi destravando e a sua criatividade foi se revelando. E além das pessoas lhe elogiarem por a sua aparência mais jovial, mais desenvolta e carismática com as pessoas que até então não era assim. E passou a amar mais a si e ao próximo, e percebendo isso foi sendo cada vez mais grata ao seu Deus e essa conexão deixou a mais esperta e corajosa e com entusiasmo de arrumar a sua casa física também que foi ficando mais harmoniosa, e começou a escrever, e se dedicar a algumas coisinhas para deixá-la mais feliz. Foi então que teve um aniversário de uma amiga de seu filho e estava em débito em um presente a outra que fez  em janeiro, ambas amigas e escolheu entre suas jóias duas para as jovens adolescentes. E pensou: e a embalagem? Sim eu vou criar e começou a escolha do material pensando na jovem e com o carinho e amor que sentia por ela, não foi tão difícil confeccionar uma linda embalagem em forma de bolsa. E já a segunda, também simples, mas teve mais detalhes.

E assim conseguiu criar seis, como um dos dedos ficou machucado por causa do atrito da tesoura, ela deu uma parada para cicatrizar o ferimento.

Ela sente que com a sua coleção, deixará o seu legado e contribuição a Terra, é pouco, pode até ser, o importante não é o tanto que faz, e sim fazer, deixando a sua criatividade a novos artistas e estilistas do mundo, não mais enterrando o seu talento. Como disse o astronauta que pisou na lua “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para humanidade”. Ela diz mais: ”Uma pequena bolsa à uma adolescente é um grande salto, uma criação para uma estilista”. Ela fez vários investimentos em vendas com jóias de pratas e na perfumaria, vendendo uma das principais marcas do seu país, mas não alavancou.

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 60 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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