Ferenckiss: Novas Pinturas

“Quando se visualiza a obra deste artista, vem-nos de imediato à mente uma dicotomia pictórica intrínseca a dois universos díspares. Em um patamar, o traço onírico de seus desenhos e gravuras, coesos em uma dinâmica surrealista do artista. Em outro, que nesta retrospectiva são apresentados, denota-se a coloração quente e tropical de suas pinceladas ou de seus pastéis, reproduzindo iconograficamente o litoral brasileiro.
Depreende-se sua integração à natureza deste país, por ele adotado, e sua necessidade de conviver com a natureza e os céus azuis das suas telas, intermeados das nuvens brancas, quando se fundem com seus mares, calmos ou revoltos, tornam-se as verdadeiras molduras do epicentro desta temática constante: pequenas cidades ou pacatas vilas do litoral sudeste brasileiro.
São plataformas irreconciliáveis no mundo da pintura, mas que se complementam no mundo particular do artista, fundindo a sua obra com o seu autor, eclodindo em um momento importante, marcante para as artes plásticas no Brasil.”

Fabio Porchat – Presidente da Academia Latino-Americana de Arte

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Vida Menor

A fuga do real,
ainda mais longe a fuga do feérico,
mais longe de tudo, a fuga de si mesmo,
a fuga da fuga, o exílio
sem água e palavra, a perda
voluntária de amor e memória,
o eco
já não correspondendo ao apelo, e este fundindo-se,
a mão tornando-se enorme e desaparecendo desfigurada, todos os gestos afinal impossíveis,
senão inúteis,
a desnecessidade do canto, a limpeza
da cor, nem braço a mover-se nem unha crescendo. Não a morte, contudo.
Mas a vida: captada em sua forma irredutível,
já sem ornato ou comentário melódico,
vida a que aspiramos como paz no cansaço
(não a morte),
vida mínima, essencial; um início; um sono;
menos que terra, sem calor; sem ciência nem ironia;
o que se possa desejar de menos cruel: vida
em que o ar, não respirado, mas me envolva;
nenhum gasto de tecidos; ausência deles;
confusão entre manhã e tarde, já sem dor,
porque o tempo não mais se divide em seções; o tempo elidido, domado.
Não o morto nem o eterno ou o divino,
apenas o vivo, o pequenino, calado, indiferente
e solitário vivo.
Isso eu procuro.

De “A Rosa do Povo” – Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987).

Poema enviado pelo amigo Edney Cielici Dias, poeta e autor do livro “Cartas da alteridade”.

O fazedor de amanhecer

Sou leso em tratagens com máquina.
Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei
3 máquinas
Como sejam:
Uma pequena manivela para pegar no sono.
Um fazedor de amanhecer
para usamentos de poetas
E um platinado de mandioca para o
fordeco de meu irmão.
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias
automobilísticas pelo Platinado de Mandioca.
Fui aclamado de idiota pela maioria
das autoridades na entrega do prêmio.
Pelo que fiquei um tanto soberbo.
E a glória entronizou-se para sempre
em minha existência.

Manoel de Barros (Cuiabá, Mato Grosso, 19 de dezembro de 1916 – Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 13 de novembro de 2014)

Bettina Bopp: Lançamento do livro “Pra quando você acordar”

O “em breve” chegou. As conversas que eu gostaria de ter com o Ita, meu irmão que ficou em coma por 15 anos, viraram livro. É uma mistura de sentimentos – deve ter algum que sirva. Alegria, alegria! Já começou a pré-venda e dia 12 de abril será a noite de autógrafos na Livraria da Vila de Higienópolis, às 18h, em SP. Espero vocês lá, porque quero muito poder agradecer pessoalmente quem esteve comigo nesse tempo de espera e quem chegou agora pra também compartilhar a realização desse sonho. O Ita acordou o que em mim dormia, frase que a @flaviaarrudaxavier , amiga querida e artista favorita, me falou um dia. Além dessa pérola, é dela também essa capa maravilhosa. A orelha do livro é da genial e generosa @mlacombe @planetadelivrosbrasil.

Obs: Queridas e queridos que estão me perguntando: já está disponível para compra na pré-venda nas principais livrarias.

Martins Fontes: https://bit.ly/3MVkgQf
Leitura: https://bit.ly/3I5Hyir
Livraria Loyola: https://bit.ly/3pVgWuw
Livrarias Curitiba: https://bit.ly/3MNySkC
Amazon: https://amzn.to/3J6dR2h

Bettina Bopp: Escritora e professora paulistana, amiga dos Colégios Palmares e Gávea.

Serviço:
Livraria da Vila
Shopping Pátio Higienópolis
Av. Higienópolis, 618 – Loja 2009/ 2010/ 2011
Piso Pacaembu – Higienópolis – São Paulo, SP
CEP: 01238-000
Fone: (11) 3660-0230

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Alex dos Santos: Artista popular de Jaboticabal – SP

Nascido em Jaboticabal em 1980, Alex vem de família humilde e manifestou seu pendor artístico desde pequeno. Seus pais foram aconselhados a colocá-lo num curso de pintura para que ele pudesse desenvolver suas aptidões artísticas. Mas Alex contrariou a todos, ao não alterar um inarredável estilo que nada tinha a ver com o padrão acadêmico proposto no aprendizado. Ele continuou a registrar em caixas de papelão, restos de encerado, tudo o que caía em suas mãos umas figuras inusitadas e uns assuntos da cabeça dele, que se assemelhavam mais ao trabalho dos grafiteiros, do que ao dos paisagistas e pintores de naturezas mortas. A agilidade prodigiosa do desenho, a autenticidade, a ausência de fórmulas, a imaginação solta, e sobretudo a coragem artística, são características do trabalho de Alex.

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Daniela Versiani: De seu ateliê em Petrópolis

Daniela Versiani nasceu em São Paulo. Forma-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e Jornalismo pela Cásper Líbero (SP). Em 1992, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 2002, conclui o doutorado em Literatura pela PUC-Rio com bolsa sanduíche pela Fulbright na Rice University. Em 2004 passa a ensinar na PUC-Rio. Suas pesquisas no campo acadêmico versam sobre a teoria da leitura de textos e imagens e suportes alternativos para o registro e difusão da poesia.

A partir de 2012, expande sua produção artística para o campo das artes visuais, buscando conectar seus escritos a uma nova forma de expressão: a pintura. Estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com os professores Ronaldo do Rego Macedo, Franz Manata, Suzana Queiroga, Alexandre Sá, João Modé e Martin Ogolter. Hoje, suas pesquisas no campo das artes visuais estão focadas nos seguintes temas: aproximação entre escrita e imagem, livros de artistas, o papel como suporte e meio para a escrita e artes visuais, e a escrita assêmica. Seus trabalhos encontram referências nas iluminuras medievais, em poetas e artistas que combinam escrita e imagem, como Max Ernst, Cy Towmbly, Mira Schendel e León Ferrari, nas colagens de Kurt Schwitters, Robert Motherwell e Robert Rauschenberg, e na “arte da destruição” de Alberto Burri, Antoni Tàpies e Lucio Fontana. Seu trabalho também é fortemente influenciado por Anselm Kiefer e Hilal Sami Hilal. Em 2016, Daniela Versiani deixou de ensinar na universidade e mudou-se para Petrópolis, onde escreve e tem seu ateliê.

Entre suas publicações destacam-se o romance A matemática da formiga (1999, 2008), Três contos ilusionistas (2008), Autoetnografias. Conceitos alternativos em construção (Finalista ao Prêmio Jabuti, 2005), Manual de boas práticas de leitura (Finalista ao Prêmio Jabuti, 2012, em coautoria) e Ler, comparar, pensar. Reflexões sobre literatura e cultura (2014) além de artigos em revistas acadêmicas. É curadora da revista RED de arte e cultura.

São Paulo – Rio de Janeiro – Petrópolis

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