Advertência

amo as frases densas porque aprecio também as diluídas. guardo admiração pelas sentenças abertas, cheias de ar e fumaça, uma bruma que me permite sair daqui para outros lugares. valorizo as palavras reunidas com todo o cuidado para dizer claramente o que se quer dizer. também prezo os termos esparramados ao acaso, para fazer pouco de nossa obsessão pela ordem e pela perfeição. sim, respeito a frase eterna e atento para aquela que não dura. exorto a palavra que se constrói porque – e sobretudo – trabalho na palavra que se destrói. assim há sentido em escrever.

(In “Cartas da Alteridade”, Selo Demônio Negro, 2020)

Sobre autor

Edney Cielici Dias, poeta devotado ao ofício da palavra, é doutor em ciência política, economista, jornalista e editor.

Selo Demônio Negro

R$ 60,00

Frete grátis para todo o Brasil

www.facebook.com/cartasdaalteridade

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En medio del camino

En medio del camino había una piedra,
había una piedra en medio del camino,
había una piedra,
en medio del camino había una piedra.

Nunca me olvidaré de ese acontecimento
en la vida de mis retinas tan fatigadas.
Nunca me olvidaré que en medio del camino
había una piedra,
había una piedra en medio del camino
en medio del camino había una piedra.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987). In “Uma pedra no meio do caminho – Biografia de um poema”. Tradução de Gastón Figueira, Poesia Brasileña Contemporanéa, Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, 1947, p. 43, Editôra do Autor, 1967

Isabel Cordeiro: Um delicioso final de férias na minha cidade natal – Livramento, Bahia

A bagagem que trago de volta está cheia de carinho, lembranças de pessoas queridas, lugares lindos e situações de plena contemplação, que só aconchego da família e das duas cidades que amo, Livramento e Rio de Contas, poderiam me dar. Momentos únicos, com minha amiga Maira…

No canto do passarinho ao amanhecer.

Na prosa com a vizinha

No moleque que corre as ruas de pedra

Nas mais belas palmeiras à beira da estrada

No cheiro de mato

Na poeira da estrada de terra

No ranger da ponte de tábua

Na criança que trazia na garupa da bicicleta

Na rima da menina que gritava “chicotinho queimado? É bom, é bom”

Nas longas caminhadas até a beira do rio

Na elegância da cachoeira

Na garotinha que soletrava o alfabeto baiano

Nos passeios entre os casarões, vielas e ruas de pedras

E, ao entardecer, a cadeira na porta, os causos com pessoas que aprendemos a admirar.

Para tudo isso, um até breve

Fotos e texto de Isabel Cordeiro, professora da Jacarandá berçário e educação infantil

Leia mais: https://www.instagram.com/p/CBrJMTAnSPO/?igshid=MDJmNzVkMjY=

Mega leilão de livros | Especial calendários Pirelli – Arte, design, moda e fotografia (com participação de livros meus e da Galeria Pontes)

Leilão 25579 – Fibra Galeria

Exposição
De 25 de maio a 23 de junho de 2022
De quarta a sexta-feira das 11h às 17h

E-mail: contato@fibragaleira.com.br
Whatsapp: 11 9 9105-1859 (Jairo) ou 11 9 7645-2902 (Maíra)

Leilão
Dias 20, 21, 22 e 23 de junho de 2022
Segunda, terça, quarta e quinta-feira às 15h
Somente online

Leiloeira
Maíra Maciel – Jucesp nº 1.208

Local
Endereço: Rua Tinhorão, 69 – Higienópolis – São Paulo

Prestigiem!

Catálogo disponível: https://fibragaleria.com/catalogo.asp?Num=25579

O Estrangeiro (Trecho da primeira parte)

Hoje, a mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo:
“Sua mãe falecida: Enterro amanhã. Sentidos pêsames”.
Isto não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.
O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel.
Tomo o autocarro das duas horas e chego lá à tarde.
Assim, posso passar a noite a velar e estou de volta amanhã à noite.
Pedi dois dias de folga ao meu chefe e, com um pretexto destes, ele não me podia recusar. Mas não estava com um ar lá muito satisfeito.
Cheguei mesmo a dizer-lhe “A culpa não é minha”. Não respondeu.
Pensei então que não devia ter dito estas palavras.
A verdade: é que eu não tinha que me desculpar: Ele é que tinha de me dar pêsames. Mas com certeza o fará, depois de amanhã, quando me vir de luto. Por agora é um pouco como se a mãe não tivesse morrido. Depois do enterro, pelo contrário, será um caso arrumado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial.
Tomei o autocarro às duas horas. Estava calor. Como de costume, almocei no restaurante do Celeste. Estavam todos com muita pena de mim, e o Celeste disse-me “Mãe, há só uma”.
Quando saí, acompanharam-me à porta. Estava um pouco atordoado e tive que ir à casa do Manuel para lhe pedir emprestados um fumo e uma gravata preta. O Manuel perdeu o tio, há meia dúzia de meses.
Tive que correr para não perder o autocarro. Esta pressa, esta correria, e talvez também os solavancos, o cheiro da gasolina, a luminosidade da estrada e do céu, tudo isto contribuiu para que eu adormecesse no caminho. Dormi quase todo o tempo. E quando acordei, estava apertado de encontro a um soldado, que me sorriu e me perguntou se eu vinha de longe.
Disse que sim, para não ter que voltar a falar.

Albert Camus (Mondovi, Argélia, 7 de novembro de 1913 – Villeblevin, França, 4 de janeiro de 1960), In “O Estrangeiro”, Tradução de Antônio Quadros, 1942

Projeto de Leonardo Almeida: “Amigos de Vinilsom”, venham conhecer!

Brinquedo pedagógico lúdico para adultos e crianças com o objetivo de estimular a criatividade, as habilidades motoras e auxiliar na pausa das telas eletrônicas.

Todas as peças são feitas com papel 100% reciclável, aprovados por pedagogos e psicólogos. Além de sustentável, o design e toda matéria prima do projeto é 100% nacional.

Leonardo Almeida – Designer e diretor de arte: Fundador da L2A Design. Formado em Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual, atuando nas áreas de Direção de Arte, UX Design, UI Design, Design de Marcas, Fotografia, Ilustração e Design Gráfico.

Contatos:
leonardo@l2adesign.com.br
WhatsApp: (11) 9 9885-9001
www.l2adesign.com.br

Aconteceu a 1ª edição da Feira de Artes Gráficas do Museu Afro Brasil – MAB-Margens

A 1ª edição da Feira de Artes Gráficas do Museu Afro Brasil (MAB-Margens) apresentou prints, toy arts, gravuras, stickers, stencils, bordados, serigrafias, entre outros formatos de artes gráficas.

Confira a programação:

  • DJ Birão (afrobeat, samba, rap e grooves).💃🏿🕺🏿
  • Drinks artesanais do bar Itinerante Coscobela.🍹 -Tabuleiro Baiano com acarajé, abará, bolinho de estudante, queijada e cocada.😋
  • Oficina de estamparia com o coletivo JAMAC. 🎨

Participaram desta edição:
@danirampe @azizaeditora @binarioarmada @cordelurbano @_danirampe @difavela_arte @gejoomaldito @gstnsc @guinhonascimento @helorodrigues.arte @jardim.miriam.arte.clube @kalimera.atelie @lunabastos @lunadycortes.oficial @may.solimar @n_cmaman @pontoemverso @ramonsantosxilo @ron1son @silassn

O artista Gejo, O Maldito deu essa dica para o blog, envia 2 obras suas (imagens acima) e comenta: “É uma feira de artes gráficas criada pelos colaboradores do Museu Afro Brasil que convidou coletivos e artistas independentes que produzem gravuras, lambe lambe, xilogravuras, stickers, na sua grande maioria mulheres, pret@s e nativ@s. Geradores de renda em sistema de economia circular criativa . Umas das ações artísticos sociais mais importantes iniciada em um espaço não comumente aberta para artistas periféricos e fora da economia oficial da arte.