País imaginário

País da Pércia, capital Saratoga
Esse mundo imaginário povoou a minha infância
Tinha um alfabeto próprio, todo secreto
E mapas com a sua geografia
Estabeleci meus limites pela cidade de Ourinhos
E montei exércitos e bandeiras
Minha brincadeira favorita era imaginar batalhas
Guerras era o que não faltava
Seja no quintal de minha tia ou nos papéis que desenhava
Fazia armas de brinquedo para as batalhas
E me vestia de super-herói com tecido de guarda-chuva preto
Construía sedes de governo, chamados clubinho
E fazia perfumes com flores cozidas na água
Adorava subir em árvores, principalmente goiabeiras
E fazer ultra-secretos mapas do tesouro
Com mares e países rodeados de monstros
Depois enterrava o baú no quintal
Uma vez pintei uma tartaruga
Outra vez operei uma lagartixa
Tinha cachorro, galinha e passarinho
Vivia mais no quintal que em casa
Bem longe dos livros e dos deveres
Isso foi minha infância
Homenageei namoradas e amigos
Em minha escrita secreta
Um deles hoje é deputado
Outro trabalha em banco oficial e tem filhos
Foi um tempo de muita criação e de busca:
De felicidade e de aventura

Adolfo Caboclo: Zicartola e O conselho de Baco

“Filho de mãe cearense e pai baiano, Adolfo Martins Jr. nasceu em março de 1986 no coração da cidade de São Paulo, no Hospital 9 de Julho, e passou boa parte da vida entre a capital paulista e a fluminense. Pela potência do afeto pelos avós paternos – a mineira Serafina e o paranaense Aparecido Martins Caboclo -, resolveu adotar o último nome do avô, ficando Adolfo Caboclo.

O artista sempre buscou experimentar narrativas das mais variadas formas. Nos tempos de escola, por meio do teatro e do coral. No passado, atuou com publicidades em horário comercial, enquanto nas noites livres mergulhava no mundo do circo dando vida ao seu alter ego, o palhaço Tapioca.

Adolfo Caboclo tem especialização em Crítica e Curadoria de Arte na PUC-SP e, hoje, desenvolve seus quadros, objetos e instalações no Ateliê da Rua Nilo, em São Paulo.”

Por Fernanda Miranda

Contatos:
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Ready-mades de Marcel Duchamp: Roda de bicicleta, Fonte e Hat rack

Ready-made é um termo é criado pelo pintor, escultor e poeta francês, cidadão dos Estados Unidos a partir de 1955, Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho. Posteriormente, expõe um escorredor de garrafas e, em seguida, um urinol invertido, assinado por R. Mutt, a que dá o título de Fonte, 1917. Os ready-mades de Duchamp constituem manifestação cabal de certo espírito que caracteriza o dadaísmo. Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.

Marcel Duchamp (Blainville-Crevon, França – 1887 / Neuilly-sur-Seine, França – 1968)