Autor: ematosinho
Poeminha
Tenho sono, não durmo.
Tenho fome, não sumo.
Tenho ódio, não brigo:
Me espicho pr’os ares.
A morte, não temo.
Vivo simplesmente.
O resto eu mando pr’o
Inferno de Dante.
Luz, São Paulo.
Sonia Tamer: Transformação e Promenade d’été
Sonia Tamer – Artista, brasileira. Nasceu em 1959 em São Paulo. Aos 18 anos saiu do país guiada pelo sonho de realizar seus estudos de Belas Artes no exterior. Instalando-se em Paris, entrou e cursou a Escola de Belas Artes de Paris, Sorbonne, e teve a oportunidade de estudar com professores-artistas como: Joel Kermarrec, Michel Geminiani, Daniel Sennelar, Daniel Lacomme. Formou-se com menção “Honrosa” em 1986. Diplomada pela Escola Nacional de Belas Artes de Paris. Participou de Exposições Individuais e Coletivas no Brasil, na França, na Alemanha e nos EUA.
Contatos:
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Cel.: (11) 9 9266-1092
Nomadismo 1
Tinta
A mancha lenta
Que se evapora
Não apreende nenhum
Costume de modismo.
Eu quando olho só
Vejo: cores, formas,
Uma mulher, minha saga.
Tomando um banho,
Tudo vem a tona.
Como aquele olhar
Perdido na clínica.
Aquele sonho que se
Repete e me cerca.
Para representar tudo isso
Ainda bem que tem
A tinta… E o espaço
Para ser preenchido.
O vapor da vida,
Aquele momento eterno
Que volta no banho,
E que aparece quando deito.
Ou no sonho acordado
Que retrato num quadro
E mostro na terapia.
Trabalho com isso:
Minha matéria-prima.
Motivo de minha existência.
Mistério e cor: pura pintura.
Hildegard Rosenthal: Carroça de padeiro (1940 circa – Av. Angélica, Higienópolis, São Paulo)
A alemã Hildegard Rosenthal, uma das pioneiras do fotojornalismo brasileiro, deixou um acervo composto por cerca de 3.400 negativos – adquiridos pelo Instituto Moreira Salles em dezembro de 1996 – em que se destacam cenas urbanas de São Paulo nos anos 1930 e 1940, período em que a cidade passava por vertiginoso crescimento, tanto material quanto cultural. Hildegard congelou no tempo uma metrópole moderna e atarefada que, no entanto, seu olhar fascinado por tipos e personagens tratava de humanizar. “A fotografia, quando não tem uma pessoa, não me interessa”, declarou em depoimento ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo, em 1981.
Fonte: IMS (Instituto Moreira Salles)
Vista do sítio de Ibiúna
Festa de casamento
Uma roda de viola
Um passo sincopado
Mulheres sambando
Batendo o tambor
Eu no meio disso
Perdido – copo na mão
Como num redemoinho
– Sou Saci-Pererê
Dou um passo prá lá
Um requebro prá cá
Balanço a cabeça
Jogo o braço prá trás
Sem muito ritmo
Eu, embalado na dança
Em sincronia com a mulata
– Mas sem o seu gingado –
Rodo fazendo fanfarra
Mas a mulata nem aí
Seu negócio é sambar
Desce mais uma rodada
A festa esquenta na noite
Lembram daquele antigo
Partido alto, que beleza!
E a roda afinada
Canta toda com força
E a noiva também
Entra com tudo
Deixando seu homem
Conversando com o
Ilustre prefeito
E dançam todos
Padrinhos, viúvas,
Soldado, rapaz de óculos,
Eu, meu irmão – Até eu
Já com o copo vazio
E o pé já falhando
– Só saio daqui carregado
Ao raiar do dia
Com seu delegado
Pôr do sol em Epitácio
“Vou mandar (as fotos acima) e quero que você venha conhecer a última parada da Estrada de Ferro Sorocabana e o Rio Paraná com todo seu esplendor.”
Primo Antonio Eduardo Silva (Toninho da Texaco)