Livros de Edna Matosinho de Pontes e parcerias

Arte Popular
O livro “Arte Popular” – vol. 2 foi lançado pela Galeria Pontes em parceria com a Editora Décor. Trata-se de um livro bilíngue que apresenta as obras e as biografias dos principais artistas populares brasileiros. Muito bem editado, com fotos de alta qualidade e composto 99% com obras do acervo de nossa galeria. Introdução de Olívio Tavares de Araújo.
Preço: R$ 250,00

Eu me ensinei – Narrativas da criatividade popular brasileira
Em “Eu me ensinei”, os artistas são todos autodidatas, mestres de um saber primoroso e intuitivo. A mais pura arte popular brasileira. Escrito com base em mais de cem entrevistas com artistas populares feitas ao longo de anos.
Preço: R$ 300,00

A xilogravura popular: Xilógrafos e poetas de cordel (Feito em parceria com Fabio Magalhães)
“A Xilogravura Popular – Xilógrafos e Poetas de Cordel”, reúne um expressivo conjunto de xilogravuras criadas por artistas populares ligados ao Cordel. A profusão temática reunida na exposição realizada no Museu Nacional da República, em Brasília (novembro de 2018 – fevereiro de 2019) e aqui reproduzida, revela a extraordinária riqueza do imaginário popular do sertão nordestino. Há, também, obras de artistas plásticos que, embora não façam parte da denominada arte popular, produziram xilogravuras com linguagens de ‘parentesco’ com o Cordel. A maioria das gravuras expostas, apesar de retratar histórias criadas por poetas populares e apresentar personagens e alegorias vinculados aos folhetos de Cordel, foi feita para ser apreciada como obra de arte autônoma e não mais como ilustração dos folhetos.
Preço: R$ 150,00

Catálogo da Exposição “Entreolhares: Poéticas d’alma brasileira (Feito em parceria com Fabio Magalhães)
Com base na mostra “Entreolhares: Poéticas d’alma brasileira” a Galeria Pontes imprimiu esse catálogo. A exposição aconteceu de 18 de junho a 7 de agosto de 2016 no Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera – Portão 10 – São Paulo/ SP. Essa exposição foi voltada para a arte do povo brasileiro, e abarca um longo período, desde as décadas de 1940 e 1950 até a contemporaneidade. Procurou reunir um conjunto abrangente e diversificado da expressão autoral de criatividade popular, das carrancas do mestre Guarany e das cerâmicas do mestre Vitalino aos grandes mestres atuais, muitos deles ainda ativos nas diversas regiões do Brasil. Foram incluídos alguns artistas modernos e contemporâneos apenas para sinalizar e sublinhar poéticas que se nutrem do imaginário popular: Di Cavalcanti, Tarsila, Cícero Dias, Guignard, Volpi, Rubem Valentim, Cláudio Tozzi, Rubens Gerchman, Nelson Leirner, entre outros.
Preço: R$ 110,0

Esses livros podem ser adquiridos através da Galeria Pontes (galeria@galeriapontes.com.br, Fone: 11 3129-4218 ou WhatsApp: 11 9 9781-4370) ou, os três últimos livros, através do site da Livraria Martins Fontes (https://bit.ly/2xaAxek)

O Surgimento da sociologia nos Estados Unidos e a formação da Escola de Chicago

Para avançar a ciência social praticada no Brasil temos que entender como a sociologia evoluiu no mundo e nada melhor do que estabelecer um olhar no caminho adotado pelos americanos nesse campo. E lá acompanhar a contribuição fundamental da Escola de Chicago – afinal ela se tornou uma referência. A sociologia nos Estados Unidos surgiu com um caráter duplo, ou seja, como uma ciência prática voltada para a ação e para as reformas sociais e como uma ciência sistemática voltada para a explicação da realidade social global através de categorias gerais. Abordando esse assunto continuo minha contribuição ao site “Vivendocidade”.

A sociologia americana teve um início precoce, mais isolado. Em 1754 já era dada a primeira instrução sobre “Fins e Usos da Sociedade” no Colégio de Filadélfia e, 40 anos depois, em 1794, houve um curso de “Humanidades” no Colégio de Colúmbia, cujo catálogo se pareceu bastante com os das classes elementares de sociologia adotados um século mais tarde.

Nos EUA as ciências sociais avançaram bastante nas últimas décadas do século XIX até chegar ao apogeu na Escola de Sociologia de Chicago (1915-1940). O Departamento de Sociologia de Chicago começou a se projetar no início da década de 1910 e rapidamente tornou-se o seu principal centro de estudos e de investigação sociológica.

Na história da sociologia americana destacam-se seis “pais fundadores” que são: Willian Graham Sumner, Lester Frank Ward, Franklin Henry Giddings, Charles Horton Cooley, Edward Allworth Ross e Albion Woodbury Small.

Pode-se dividir o desenvolvimento da sociologia americana em cinco grandes fases: surgimento (introdução dos cursos de sociologia durante as duas últimas décadas do século XIX); difusão (entre 1900 e 1920, marcada pela criação da Sociedade Sociológica Americana); consolidação (entre 1920 e 1935, com a criação de linhas originais de pesquisa, ampliação do ensino e multiplicação de revistas especializadas); funcionalismo secundado pelo interacionismo simbólico e, finalmente, diversidade (marcado pelo movimento da “sociologia crítica” da década de 60, caracterizada por uma grande diversidade de orientações teórico-metodológicas).

O primeiro americano a organizar um material sociológico foi Robert Hamilton Bishop (1777-1855) ao dar, de 1834 a 1836, um curso na Universidade de Miami chamado “A Filosofia das Relações Sociais”.

Utilizando o termo híbrido “Ciência Social”, destaca-se a obra precursora de Henry Charles Carey (1793-1879) intitulada “The Principles of Social Science” (Os Princípios da Ciência Social), publicada em 1858-60 e influenciada pelo protecionista alemão Friedrich List. Dessa obra originou-se a “American Social Science Association” (Associação Americana da Ciência Social), que se organizou para promover um ponto de vista mais ou menos “sintético” da vida social e que tinha também uma forte tendência de reforma social.

O primeiro fundador foi William Graham Sumner (1840-1910) que foi influenciado pelas idéias de Herbert Spencer e que desenvolveu importante trabalho na Universidade de Yale, combinando o evolucionismo de Darwin, o “laissez-faire” e o pessimismo malthusiano com o ardor puritano, já que foi educado originalmente para o sacerdócio.

No outro extremo e influenciado diretamente pelo filósofo francês Auguste Comte temos Lester Frank Ward (1841-1913). Este pensador, quase autodidata, produziu até então o mais imponente e vasto sistema de sociologia de sua época, caracterizado por possuir um corpo de conhecimento científico-natural sem equivalentes até então nos Estados Unidos.

Em Colúmbia aparece o sociólogo Franklin Henry Giddings (1855-1931) por sua vasta erudição e por ter exercido grande influência tanto no estudo da sociologia como no espírito de seus alunos, que ocuparam com destaque a maioria dos lugares sociológicos do Leste americano. A sua influência mais importante na sociologia americana veio do seu primitivo interesse pela demografia e pelo uso da estatística.

Outro nome de destaque foi Charles Horton Cooley (1864-1929) que foi ligado à Universidade de Michigan e que centrou suas preocupações nos aspectos psíquicos da vida social, contribuindo muito para a psicossociologia em língua inglesa. Sua obra mostra que o eu e a sociedade são apenas dois aspectos da mesma coisa, na medida em que os seus são produtos sociais e a sociedade é o resultado de sua inter-relação orgânica e contínua.

Finalmente, temos a obra de Edward Alsworth Ross (1866-1951), que teve um importante papel no desenvolvimento da sociologia na Universidade de Wisconsin. Ele orientou muitos alunos que difundiram suas doutrinas e destacou-se inicialmente no campo da psicossociologia e, mais tarde, na análise e classificação dos processos sociais e nos problemas das transformações sociais e das relações internacionais.

A Universidade de Chicago foi fundada em 1890 e admitiu seus primeiros alunos em 1892, com o apoio dos Batistas e da filantropia capitalista, com destaque para o magnata do petróleo e dono da Standard Oil John Davison Rockefeller (1839-1937).

Albion Woodbury Small (1854-1926) foi o primeiro diretor do Departamento de Sociologia dessa Universidade e essa seção foi a primeira a ser fundada como unidade independente em todo o mundo.

A assim chamada Escola de Sociologia de Chicago teve um predomínio durante toda a terceira fase da sociologia americana, entre 1920 e 1935 (consolidação). Ela destaca-se pelas teorizações originais, pelas técnicas de pesquisa empíricas e pelos temas de investigação que introduzem. Oferecia ensino de graduação e de pós-graduação associado à pesquisa de alto padrão e numa perspectiva de prestação de serviços à comunidade.

Essa Escola marca uma virada no impacto que a investigação sociológica teve sobre a sociedade, estabelecendo claramente uma tradição intelectual na sociologia. Ela caracteriza-se por propor uma sociologia urbana, caracterizada por uma abordagem empírica que se propunha a estudar a sociedade em seu conjunto. Seus temas principais foram os problemas que enfrentava a cidade de Chicago e também o problema político e social da imigração e da assimilação dos imigrantes à sociedade americana. Deram destaque aos estudos sobre a criminalidade e a delinqüência.

Marcada inicialmente pela sociologia qualitativa, seus sociólogos fizeram importantes contribuições, desenvolvendo métodos originais de investigação, como a utilização científica de documentos pessoais (autobiografias, correspondência particular, diários e relatos), o trabalho de campo sistemático (a observação, a entrevista, o testemunho) e a exploração de diversas fontes documentais. Em Chicago, a sociologia quantitativa (entre 1930 e 1940) e que foi desenvolvida em paralelo à qualitativa veio a suplantá-la a partir da Segunda Guerra Mundial.

Além dos estudos da sociologia da estrutura urbana, de ecologia humana, das relações sociais, da psicologia social e da cultura urbanas, os temas de suas principais pesquisas giravam em torno dos grupos imigrantes na América, como os poloneses, os japoneses, checos, italianos, suecos, alemães, judeus e chineses; da dimensão da vida dos negros, incluindo a escravidão; da imprensa; da família e de aspetos desta, como juventude, formação da personalidade, desorganização familiar, mobilidade feminina, controle da natalidade, divórcio, padrões demográficos; das relações raciais, dos preconceitos, consciência de raça e assuntos teológicos. Entre seus temas encontram-se também as investigações sobre os movimentos sociais, as revoluções, os desvios e a marginalidade, o juizado de menores, os sistemas de castigo, as áreas de vício, o suicídio, a insanidade, as seitas proibidas e religiosas, o comportamento de massas e multidões, a opinião pública, a mídia, as expressões coletivas e a mudança cultural, os fatores econômicos e as instituições, como a companhia de trens de Chicago, a circulação de dinheiro no mercado, as greves; além de estudos específicos sobre algumas comunidades.

Entre os muitos sociólogos importantes na trajetória acadêmica da Escola de Sociologia de Chicago destacam-se Albion Woodbury Small, William Isaac Thomas, George Edgar Vincent, Robert Ezra Park e Ernest Watson Burgess.

Pode-se dizer que foi a partir dos anos 1920 e início dos 1930 que se deu origem ao desenvolvimento de um método de pesquisa nesta Escola. Nos primeiros tempos os estudiosos estavam simplesmente inventando métodos de pesquisa, pois isso era uma coisa que não existia. Depois os pesquisadores criaram métodos para si próprios, coletando autobiografias de camponeses, analisando as cartas desses atores sociais ou fazendo entrevistas. Até esse momento, os estudos das relações entre indivíduos e seu meio ambiente permaneciam abstratos. Foi a partir da incorporação de novas fontes primárias de pesquisa, como as cartas pessoais, as autobiografias, as histórias de vida, as monografias de bairros, entre outras, que se inova no conhecimento direto da realidade humana e social.

Essa escola deixou para trás a sociologia especulativa da época anterior a sua, sendo o berço de uma grande variedade de abordagens empíricas, inclusive a da observação participativa, que tem em comum o fato de se inserir em uma sociologia urbana prática e de ter inaugurado a indagação sociológica direta junto aos indivíduos.

Fica, então, esse registro histórico– e que sirva de referência para o desenvolvimento da sociologia no Brasil.

Artigo publicado originalmente no site “Vivendocidade”, de Carlos Correa Filho (24/11/2011)

Contemporary Art Brazil / Arte Contemporânea Brasil

O interesse pela cena de arte contemporânea do Brasil está crescendo, tanto no próprio país quanto internacionalmente. No entanto, poucas publicações abordaram esse aspecto fascinante da cultura brasileira. Dirigida tanto a novatos quanto a um público mais experiente, a Arte Contemporânea Brasil (edições tanto em inglês como em português) reúne 120 das figuras mais influentes atualmente ativas no campo das belas artes no Brasil, incluindo artistas, galeristas, chefes de instituições, pensadores críticos e colecionadores.

Publicado em 2012
Editor: Hossein Amirsadeghi, com a participação da minha sobrinha Maria do Carmo Matosinho Peres de Pontes

Os clássicos da religião e o nosso tempo

O tema religião sempre encantou a humanidade. Mesmo com a evolução dos tempos ele continua cada vez mais presente, bastando para tanto observar a quantidade de canais de televisão e de rádio que falam desse assunto e pregam a palavra de Deus. E as redes sociais não ficam para trás. Na internet esse tema é também bastante abordado. Por que não debatê-lo? E para tanto nada melhor do que analisar o que os autores clássicos da sociologia pensam disso. E com isso abro minha contribuição ao site “Vivendocidade”.

Mostrarei sinteticamente o que autores como o francês Émile Durkheim, o alemão Max Weber, o francês Pierre Bourdieu, o austríaco Peter L. Berger e o brasileiro Antônio Flávio Pierucci pensam sobre religião.

Em sua importante obra “As Formas Elementares de Vida Religiosa” Émile Durkheim faz a identificação do social ao sagrado visando desenvolver uma análise da religião mais simples para determinar as formas elementares da vida religiosa.

Na sua visão os indivíduos buscam afetivamente na religião a sensação de sair de si, pela imersão no coletivo, através do prazeroso contato com algo que é mais importante do que eles próprios, individualmente. Esta experiência transcendental reaviva a possibilidade da vida em conjunto, em uma esfera em que todos são iguais, comungam de uma mesma comunidade moral e compartilham a grande satisfação de que a vida social é possível.

Para Durkheim, os fenômenos religiosos ordenam-se em duas categorias fundamentais: as crenças (estados da opinião e que consistem em representações) e os ritos (modos de ação determinados). Para ele todas as crenças religiosas conhecidas apresentam um mesmo caráter comum, ou seja, supõem uma classificação das coisas, reais ou ideais, que os homens representam, em duas classes ou em dois gêneros opostos e heterogêneos que seriam o profano e o sagrado, que sempre foram concebidos como dois mundos entre os quais não há nada em comum.

Nessa obra Durkheim desenvolve uma teoria sociológica do fenômeno religioso elaborada a partir da análise de sua forma supostamente mais simples, o totemismo australiano. A essência de todas as religiões não está no conteúdo de suas crenças, mas na dualidade entre profano e sagrado, sendo este último conceito igualmente derivado da sociedade.

Seu objetivo é elaborar uma teoria geral da religião, com base na análise das instituições religiosa mais simples e mais primitiva e seu método define o fenômeno, refuta as teorias diferentes das suas e demonstra a natureza essencialmente social da religião.

No texto “Sociologia da religião (Tipos de relações comunitárias religiosas)” Max Weber discorre sobre o fenômeno denominado autonomização da esfera religiosa.

Uma importante contribuição de Weber está no desenvolvimento dos conceitos de estamentos, classes e religião, destacando entre outros pontos o condicionamento da religiosidade de salvação pela classe e pelo estamento.

Ele enfoca a questão da salvação e do renascimento, seguida dos caminhos de salvação e sua influência sobre a condução da vida. Em sua análise ele discute sobre a religiosidade mágica e o ritualismo e também sobre as conseqüências da religiosidade de devoção ritualista. Faz também uma sistematização e racionalização do método de salvação e da condução da vida.

Diferentemente da visão tradicional de Durkheim que tinha os olhos voltados para o passado, Weber tem um olhar mais adiante do seu tempo, em busca do desenvolvimento da modernidade. Talvez seja por esse motivo que a sua obra mostra-se tão atual, sendo cada vez mais estudada.

Em sua obra clássica “A ética protestante e o espírito do capitalismo” Weber mostra que nos países de confissão protestante ocorre um maior desenvolvimento capitalista e também uma maior proporção de protestantes entre os proprietários de capital, empresários e integrantes das camadas superiores de mão-de-obra qualificada.

Para ele tanto a moralidade quanto à necessidade de compreensão do mundo nascem como movimentos endógenos à racionalização religiosa. Daí que Weber, ao procurar as raízes da especificidade da cultura ocidental, acabou dando uma especial atenção ao estudo comparativo das grandes religiões mundiais.

O terceiro autor analisado é Pierre Bourdieu, cujo texto “Gênese e estrutura do campo religioso” aborda quatro grandes pontos: 1) os progressos da divisão do trabalho religioso e o processo de moralização e de sistematização das práticas e crenças religiosas, 2) o interesse propriamente religioso, 3) função própria e funcionamento do campo religioso e 4) poder político e poder religioso.

Neste estudo ele investiga a noção de campo religioso e mostra que foi o corpo de especialistas o grupo religioso que dentro da Igreja obteve o monopólio do exercício legítimo do poder religioso, ou seja, o monopólio da propriedade dos meios de produção e distribuição dos bens de salvação. Seu princípio fundamental é que não há salvação fora da Igreja.

Ele mostra também que toda Igreja foi inicialmente uma seita profética, sendo a continuação desta primeira comunidade, e é a sua organização, em vista da permanência ou, em termos weberianos, a cotidianização ou a rotinização do carisma, que coloca as bases da própria Igreja. Ao mesmo tempo, a Igreja é um produto da institucionalização e apresenta as características de uma burocracia que, representa uma delimitação explícita dos domínios de competência e hierarquização regulamentada das funções, com a reacionalização correlativa das remunerações, das “nomeações”, das “promoções” e das “carreiras”, codificação das regras regendo a atividade profissional e a vida extraprofissional, racionalização dos instrumentos de trabalho, tais como o dogma e a liturgia e da formação profissional.

Destacam-se três conceitos fundamentais no pensamento de Bourdieu para compreensão do fenômeno religioso: o trabalho religioso e sua divisão, o campo religioso e a relação entre especialistas e consumidores de bens religiosos.

No “O dossel sagrado – Elementos para uma teoria sociológica da religião” Peter L. Berger discute a noção de mercado religioso.

Para ele toda sociedade humana é um empreendimento de construção do mundo e a religião ocupa nisso um lugar destacado. Ele explica que seu principal intuito é formular alguns enunciados sobre a relação entre a religião humana e a construção humana do mundo.

No fundo Berger divide sua abordagem em duas situações distintas. Na primeira analisa o caso de um dossel único, em que havia a situação de um monopólio religioso, historicamente representado pela cristandade católica. A segunda situação que descreve é a que apresenta vários dosséis, sendo cada um dotado de uma cobertura muito mais restrita. Neste caso, mostra a existência de um pluralismo religioso e do que chama de mercado religioso, onde não se tem mais uma clientela cativa.

Finalmente abordarei a contribuição nesse campo do estudo desenvolvido por Antônio Flávio Pierucci no livro “O desencantamento do mundo: todos os passos do conceito em Max Weber”. Para ele o desencantamento do mundo, na medida em que vem definido tecnicamente como desmagificação da atitude ou mentalidade religiosa, é um resultado e produto da profecia, e é também fator explicativo do desenvolvimento sui generis do racionalismo ocidental, ao mesmo tempo em que é, ele mesmo, um processo histórico de desenvolvimento.

Nesta obra Pierucci está empenhado em mostrar como a aparente proliferação de significados do termo “desencantamento” esconde um conceito construído com rigor e dotado de sentido bem definido e que nela despontam duas teses: de que o termo vai muito mais fundo do que a vaga noção alusiva a alguma perda ou mal-estar subjetivo, onde estamos diante de um conceito que faz parte de uma teoria maior e que foi construído para ajudar a explicar o mundo, não para lamentá-lo; e de que o conceito não se encontra inteiriço em todos os pontos e em todos os momentos da obra de Weber.

À luz desses cinco autores concluo que é a eterna busca da salvação que move este grandioso interesse pela religião e torna esse tema tão atual e debatido.

Artigo publicado originalmente no site “Vivendocidade”, de Carlos Correa Filho (03/10/2011)

Ourinhos: a memória nas ruas da cidade (Trecho que fala da rua em que nasci)

Legenda das fotos:

1) O asfalto acaba, mas a rua Padre Rui Cândido da Silva continua.
2) Padre Rui, o segundo da esquerda para a direita.

“Quem anda pela vila Odilon com certeza conhece a Rua Padre Rui Cândido da Silva, que atravessa praticamente todo o bairro e termina no rio. Antes de receber o nome do religioso muito estimado pelos moradores do bairro, aquela rua chamava-se Paranapanema, mas alguns a conheciam como “rua da balsa”, numa alusão à balsa que fazia a travessia do rio.

“Era uma estrada boiadeira, naquela época o gado era tocado no chão, não havia transporte em caminhão como é hoje”, conta Carlos Fantinatti, que vive no bairro desde que nasceu, há 73 anos.

Padre Rui nasceu no interior de Minas Gerais, e nos dez anos em que atuou como pároco da Igreja Santo Antônio, na vila Odilon, trabalhou para o crescimento de sua igreja. Era comum que visitasse moradores em suas casas para prestar assistência religiosa ou aconselhamentos, mas também intermediou pedidos da população para que o bairro recebesse melhorias. Padre Rui morreu em junho de 1973.”

Fonte: Jornal Biz – Séries 100 anos Ourinhos

Obs.: O Jornal Biz é o primeiro Portal de Conteúdo de Ourinhos e região.

Matéria enviada pelo primo Flávio Eduardo Devienne Ferreira por WhatsApp

Adriano Figueiredo Ferreira: Fora do eixo (Monocromática e Peixes)

Adriano Figueiredo Ferreira

Conheça o trabalho de Adriano Figueiredo Ferreira, o artista matogrossense nascido na capital que tem como fundamento de sua arte as curvas e se utiliza de movimentos sinuosos para contar histórias. Com exposições importantes em Cuiabá, ganhou notoriedade ao extrapolar os limites de seu estado, expôs em Portugal onde fez residência de 28 dias, participou de duas coletivas em Miami, no lendário bairro Windwood, pelo Sesc expôs em Cuiabá e Rondonópolis e em São Paulo na Art Lab Galery. Artista selecionado no Salão Jovem Arte Matogrossense e para o Amazônia das Artes 2020, onde sua exposição “Convertendo em Curvas” vai circular por três estados brasileiros.

Inquietação e experimentação são suas características, assim se utiliza de diversos materiais e suportes para suas obras, faz intervenções frequentes pela cidade. Como arte educador faz oficinas com crianças e hoje é responsável pelo curso de desenho e pintura no Sesc Arsenal. Em suas séries se destacam a Religiosa, Sotaque do Mato, Convertendo em Curvas e AFTER. Atualmente trabalha na Série Força Primal e Deusas Brasileiras! Com obras espalhadas por quase todos os estados brasileiros e algumas partes do mundo, Adriano Figueiredo Ferreira se consolida como um representante de Mato Grosso na arte brasileira.

Contatos:
http://adrianofigueiredoferreira.blogspot.com/
www.facebook.com/adriano.figueiredoferreira
fortferreira@hotmail.com
WhatsApp: (65) 9 9999-6560

Novas produções de Laércio Moraes

Laércio Moraes (Lalá) está com 55 anos, cursou desenho artístico e publicitário na década dos anos 80, hoje reutiliza várias técnicas, já participou em exposições no grande ABC e estudou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul-SP em 2018.

Contatos:
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www.instagram.com/laercioamoraes
lalaalexandre@hotmail.com

Arte do sul do Brasil: Adroaldo Selistre

Adroaldo Selistre

Mora em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Pintor machiaiollo, segundo prêmio em Firenze, Itália (2005). Faz da figura humana seu desafio e prazer pictórico. Defensor da arte-ofício, feita à mão, que não precisa ser bela, porém jamais deve ser estéril por mais efêmera que seja. Vive e trabalha para o mundo na aldeia mais multifacetada do sul do Brasil.

Contatos:
www.facebook.com/selistre.pintor
www.instagram.com/adroaldoselistre
adroaldoselistre@gmail.com