Vinte e uma vezes a mais

Vinte vezes a mais implorei teu canto
E este não saía nunca, poesia
Estava entalado nas entranhas do papel

Uma vez a mais insisti no seu prumo
E eis me aqui se apresentando, poeta
Com o fruto dessa nova lavra seminal

Até que surge no horizonte nova luz
Repleta de feixes coloridos, poema
Redescobrindo o que fui na vida

No clarão amanhecido do dia seguinte
Descansei ao te compor, canção
E num estalo de cores te publiquei

País imaginário

País da Pércia, capital Saratoga
Esse mundo imaginário povoou a minha infância
Tinha um alfabeto próprio, todo secreto
E mapas com a sua geografia
Estabeleci meus limites pela cidade de Ourinhos
E montei exércitos e bandeiras
Minha brincadeira favorita era imaginar batalhas
Guerras era o que não faltava
Seja no quintal de minha tia ou nos papéis que desenhava
Fazia armas de brinquedo para as batalhas
E me vestia de super-herói com tecido de guarda-chuva preto
Construía sedes de governo, chamados clubinho
E fazia perfumes com flores cozidas na água
Adorava subir em árvores, principalmente goiabeiras
E fazer ultra-secretos mapas do tesouro
Com mares e países rodeados de monstros
Depois enterrava o baú no quintal
Uma vez pintei uma tartaruga
Outra vez operei uma lagartixa
Tinha cachorro, galinha e passarinho
Vivia mais no quintal que em casa
Bem longe dos livros e dos deveres
Isso foi minha infância
Homenageei namoradas e amigos
Em minha escrita secreta
Um deles hoje é deputado
Outro trabalha em banco oficial e tem filhos
Foi um tempo de muita criação e de busca:
De felicidade e de aventura

Adolfo Caboclo: Zicartola e O conselho de Baco

“Filho de mãe cearense e pai baiano, Adolfo Martins Jr. nasceu em março de 1986 no coração da cidade de São Paulo, no Hospital 9 de Julho, e passou boa parte da vida entre a capital paulista e a fluminense. Pela potência do afeto pelos avós paternos – a mineira Serafina e o paranaense Aparecido Martins Caboclo -, resolveu adotar o último nome do avô, ficando Adolfo Caboclo.

O artista sempre buscou experimentar narrativas das mais variadas formas. Nos tempos de escola, por meio do teatro e do coral. No passado, atuou com publicidades em horário comercial, enquanto nas noites livres mergulhava no mundo do circo dando vida ao seu alter ego, o palhaço Tapioca.

Adolfo Caboclo tem especialização em Crítica e Curadoria de Arte na PUC-SP e, hoje, desenvolve seus quadros, objetos e instalações no Ateliê da Rua Nilo, em São Paulo.”

Por Fernanda Miranda

Contatos:
www.facebook.com/adolfo.martins.58
www.instagram.com/adolfocabocloarte
arte@adolfocaboclo.com
Cel.: (11) 9 4176-2266
www.adolfocaboclo.com