Miguel Salles Escritório de Arte: Leilão de arte e antiguidades (com participação de obras minhas e da Galeria Pontes)

Leilão Leilão 49291: São Paulo – Fevereiro 2025

Exposição
A partir de 14 de fevereiro de 2025, das 10h às 19h.

Local:
Miguel Salles Escritório de Artes
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1.935 – Jardim Paulistano, São Paulo – SP, 01441-001

Leilão
Dias 24, 25, 26 e 27 de fevereiro de 2025.
Segunda, terça, quarta e quinta-feira às 20h.

Leilão on-line e telefone

Informações, lances prévios ou telefônicos:
Fixo: (11) 3063-5404 | (11) 2579-6076
WhatsApp: (11) 9 6637-8576

Leiloeiro
Rafael Ruiz Zafalon de Paula – JUCESP Nº 1159

Catálogo disponível: https://www.miguelsalles.com.br/catalogo.asp?Num=49291

Coloquei 2 obras pintadas por mim e emolduradas à minha escolha nesse leilão. Segue o link: https://www.miguelsalles.com.br/catalogo.asp?Num=49291&p=on&pesquisa=Eduardo+Matosinho

Preparei também para esse leilão a minha biografia. Veja:

Eduardo Matosinho nasceu em Ourinhos – SP em 1964, tem 60 anos, é formado pela USP, é casado e tem um filho. Mora em São Paulo e trabalha há 17 anos na Galeria Pontes, dedicada à arte popular brasileira contemporânea. Sempre apreciou pintar e pesquisar sobre a história da arte e seus artistas. Começou a estudar artes plásticas em sua juventude vivida em Ourinhos – SP com o professor Francisco Claudio Granja (1976-1978). Em São Paulo estudou desenho e pintura em cursos ministrados em um Ateliê Livre por Valdir Sarubbi (1980–1983 e 1998–2000) e pintura com Selma Daffrè (2000-2003). Mostra nesse leilão um pouco de sua suave abstração.

Leilão organizado pela amiga Macla Pimentel, que me fez o convite.

Bons lances para todos!

O vento

Na palma do vento
pouso a fronte. Nele confio.
A quem confiaria senão a ele
este rude labor?

Abandono-me à tormenta
(lumes mastros
gaivotas do mar próximo).

Enreda-me a noite.
Mas dele são os dedos leves
que me fecham os olhos. E é manhã.

Dora Ferreira da Silva (Conchas, São Paulo, 1º de julho de 1918 — São Paulo, 6 de abril de 2006). In “Jardins (esconderijos)”. São Paulo, 1979

Canoa

Alto-mar uma canoa
sozinha navega.
Alto-mar uma canoa
sem remo nem vela.

Alto-mar uma canoa
com toda a coragem.
Alto-mar uma canoa
na primeira viagem.

Alto-mar uma canoa
procurando estrela.
Alto-mar uma canoa
não sabe o que espera.

Henriqueta Lisboa (Lambari, Minas Gerais, 15 de julho de 1901 — Belo Horizonte, Minas Gerais, 9 de outubro de 1985). In “A face lívida”, 1945

Inverno

Outrora, quanta vida e amor nestas formosas
Ribas! Quão verde e fresca esta planície, quando,
Debatendo-se no ar, os pássaros, em bando,
O ar enchiam de sons e queixas misteriosas!

Tudo era vida e amor. As árvores copiosas
Mexiam-se, de manso, ao resfolego brando
Da brisa que passava em tudo derramando
O perfume sutil dos cravos e das rosas…

Mas veio o inverno; a vida e amor foram-se em breve…
O ar se encheu de rumor e de uivos desolados…
As árvores do campo, enroupadas de neve,

Sob o látego atroz da invernia que corta,
São esqueletos que, de braços levantados,
Vão pedindo socorro à primavera morta.

Francisca Júlia da Silva (Xiririca, depois Eldorado Paulista, hoje Eldorado, São Paulo, 31 de agosto de 1871 – São Paulo, 1 de novembro de 1920)

Rosa

Eu assassinei o nome
da flor
e a mesma flor forma complexa
simplifiquei-a no símbolo
(mas sem elidir o sangue).

Porém se unicamente
a palavra FLOR – a palavra
em si é humanidade
como expressar mais o que
é densidade inverbal, viva?

(A ex-rosa, o crepúsculo
o horizonte.)

Eu assassinei a palavra
e tenho as mãos vivas em sangue.

Orides Fontela (São João da Boa Vista, São Paulo, 1940 — Campos do Jordão, São Paulo, 1998)