Crônica de Fernando Pacheco Jordão: Os Possessos

Os Possessos. Endosso inteiramente a crítica de Jefferson del Rios (“Uma esperança no meio das trevas”, Caderno 2, Estado de São Paulo, 10/07/2008) sobre o espetáculo em cartaz no Teatro Funarte. Faltou apenas enfatizar que a montagem é de tirar o fôlego e reflete a força e o vigor desse vulcão de criatividade do teatro brasileiro que é Antonio Abujamra.

Fernando Pacheco Jordão (1937 – 2017) faleceu em São Paulo aos 80 anos. Atuou no jornalismo desde 1957, quando iniciou sua carreira na antiga Rádio Nacional, em São Paulo. Posteriormente, trabalhou como repórter, redator e editor de diversos veículos, como O Estado de S. Paulo, TV Excelsior, BBC de Londres, TV Globo, TV Cultura de São Paulo, revistas IstoÉ e Veja. Como consultor e assessor político atuou nas campanhas dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin. Dirigente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na época do assassinato de Vladimir Herzog, Fernando escreveu o livro “Dossiê Herzog – Prisão, Tortura e Morte no Brasil”, que já está na sétima edição revista e ampliada e constitui documento fundamental para a História do Brasil. Foi sócio-diretor da FPJ – Fato, Pesquisa e Jornalismo. Hoje é patrono do “Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão”, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog desde 2009 e que já está em sua 13ª edição.

Artigo sobre o novo livro de Olívio Tavares de Araújo: “Um novo olhar amoroso”

“Aos caros amigos
(aos inimigos, não):

Tenho o prazer de informar que Marcelo Coelho publicou ontem um ótimo artigo sobre meu novo livro, na Folha de São Paulo, que me deixou feliz. Envio-lhes cópia, não por vaidade, mas para que vocês também se alegrem.

Um abraço do”

Olívio

28-04-2022

Galeno: Novas obras

Francisco Galeno nasceu em Parnaíba, Piauí, em 1957. Veio aos 20 anos para Brasília, em busca de melhores oportunidades, e lá reside até hoje. Frequentou o ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português. Fez curso-livre com Maria Pacca no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF, sob a direção de Luís Áquila. Construiu um caminho artístico na contramão dos modismos e ao mesmo tempo atento às experimentações da arte contemporânea. Sua arte é conceitual, mas está enraizada na história de sua infância. Em suas próprias palavras: “na minha arte não entra um prego que não seja carregado de história afetiva”, ressaltando que sua arte conceitual não é fria, abstrata ou cerebral, mas sim o diálogo com a fonte popular. As matérias primas utilizadas por Galeno são os objetos recolhidos do cotidiano do interior do Brasil – carretéis vazios, latas, partes de tear, restos do dia a dia que ele transforma de lixo em matrizes de sua expressão artística. É hoje um nome consagrado nas artes plásticas da capital da República, com grande reconhecimento da crítica. Continua vivendo em Brazilândia, cidade satélite de Brasília, o mesmo local onde se estabeleceu ao chegar à cidade.

Contatos:
www.instagram.com/explore/tags/franciscogaleno
jhongaleno@hotmail.com
WhatsApp: (86) 9 9525-2403

Leilão: Jean-Claude Bailly, pratas inglesas, francesas, brasileiras, portuguesas cristais, Cia das Índias

Leilão 26572
Jean-Claude Bailly, pratas inglesas, francesas, brasileiras, portuguesas cristais, Cia das Índias (com participação de obras minhas).

Leilão
Dias 25, 26 e 27 de abril de 2022
Segunda, terça e quarta-feira às 20h

Began e Marise Domingues

Coordenação e Supervisão Geral: Marise Domingues
Parceria: Luiz Claudio Bez
Fotografias: Lucien Prouvot

Exposição e leilão somente online

Local
Rua da Consolação, 2250 – Consolação – São Paulo – Estacionamento no local.

Contato: (11) 3256-1125 ou (11) 9 7120-1228
E-mail: marisedominguesleiloes@gmail.com

Leiloeiro
Roberto de Magalhães Gouvêa – Jucesp nº 403

Catálogo disponível: https://www.marisedomingues.com.br/catalogo.asp?Num=26572

Nos visitem!

Primavera e o mais

A caminho do hospital de isolamento
sob as vagas de nuvens mosqueadas
de azul que chegam impelidas
do nordeste – um vento frio. Além, o
ermo de extensos campos lamacentos
pardos de erva ressequida, em pé ou aparada

nesgas de água parada
dispersão de árvores altas

Ao longo do caminho todo, ruivos, roxos
bifurcados, erectos, ramalhudos
os arbustos e arvoredos com
folhas de vide, pardas, mortas a seu pé
sem vidres –

Sem vida aparente, a vagarosa
e tonta primavera se aproxima –

Eles entram o novo mundo nus,
friorentos, inseguros de tudo,
salvo que entram. À sua volta sempre
o vento frio, já conhecido –

Hoje a relva, amanhã a tesa folha
espiralada da cenoura brava
Um por um os objetos se definem –
Mais depressa: luz, perfil de folha

Eis agora porém a hirta dignidade da
entrada – Entanto, a mudança profunda
acometeu-os: arraigados, eles
aferram-se ao chão e começam a acordar

William Carlos Williams (Rutherford , Nova Jersey , Estados Unidos, 17 de setembro de 1883 — 4 de março de 1973). Tradução: José Paulo Paes (Taquaritinga, São Paulo, 1926 — São Paulo, 9 de outubro de 1998)

Janela

Tarde dominga tarde
Pacificada como os atos definitivos.
Algumas folhas da amendoeira expiram em degradado vermelho.
Outras estão apenas nascendo,
verde polido onde a luz estala.
O trono é o mesmo
e todas as folhas são a mesma antiga
folha
a brotar de seu fim
enquanto roazmente
a vida, sem contraste, me destrói.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987)