A arte de Dulce Martins

Nascida em Santos, em 1957, a artista plástica Dulce Martins tem nas lembranças de infância, nos temas folclóricos e na natureza os principais pontos de partida de sua relação plástica com o mundo. Por meio da pintura, estabelece conexões com a realidade, interpretando o que está à sua volta. Existe em suas imagens pureza, simplicidade e, como costuma ocorrer no gênero naïf, um denso mergulho nas próprias raízes. Situações vividas, vistas ou mesmo imaginadas ganham espaço como expressões de uma inteligência visual. As soluções visuais decorrem justamente dessas evocações. Um elemento importante no trabalho de Dulce está na maneira como suas obras atingem a universalidade. Um dos dilemas da arte está justamente em tornar o particular universal. Não é tarefa fácil, nem imediata. Também não se obtém com planejamento, mas sim com um progressivo fazer e amadurecimento da própria linguagem. Extrair dos próprios momentos uma linguagem coletiva traz elementos que parecem inexplicáveis. Pode-se pensar em temas ou imagens arquetípicas, mas também cabe apontar, simplificando sem ser simplista, que o mergulho cada vez mais aprimorado de Dulce em si mesma permite atingir o que há de mais profundo na alma humana.

A presença das máscaras no cotidiano é o motivo de reflexão desta obra de Dulce Martins. Natural de Santos, no litoral paulista, situa a cena na chamada Casa da Frontaria Azulejada, uma célebre obra arquitetônica local, construída em 1865 para residência e armazém do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto (1808-1868). Desde 2007, o prédio passou a funcionar como espaço cultural, recebendo exposições, eventos beneficentes e espetáculos, além de ser cenário de filmagens de propagandas, novelas, minisséries e filmes. O local ocupa a centralidade do quadro e chama a nossa atenção desde o primeiro momento pela sua harmonia. O equilíbrio das cores, principalmente dos azuis, vermelhos e amarelos na fachada do edifício e nas roupas dos transeuntes, ajuda a criar uma atmosfera de solidez e segurança. Talvez seja isso que torne a obra tão fascinante, pois a temática é tratada com a sobriedade que merece, mas sem um clima trágico. Parece que Dulce Martins já consegue apontar para o amanhã. Trata-se de um espaço incerto em que a máscara, enquanto não houver vacina ou cura da pandemia, será onipresente. O melhor caminho é ver o objeto como companheiro. Mesmo que alguns se sintam incomodados, é um caminho que propicia a recondução para uma nova normalidade.

Texto de Oscar D’Ambrosio. Ele é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br.

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Rossana Araújo: Novas fotos

Fotos: A de montanha e prédios foi tirada em Montserrat, Espanha; a do mar foi em Tenerife, ilha da Espanha e a do pássaro foi no castelo de Montijuic, Barcelona, Espanha.

Graduada em engenharia química, mestre e doutora em ciências farmacêuticas, tudo na Universidade de São Paulo – USP. Atualmente trabalha na Receita Federal em São Paulo, capital.

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Em breve nova temporada teatral de João Alexandre Matosinho e a Cia. Teatral Pequenos Grandes Atores

Fotos de Douglas Piton Photo (@douglaspitonph) – Fotógrafo de eventos, casamentos e ensaios.

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Leya Mira Brander: Gravuras em metal

Leya Mira Brander materializa possibilidades de interpretação quase infinitas sobre diversos acontecimentos do mundo e sua esfera pessoal nas suas gravuras. A partir da técnica de reprodução de séries de desenhos por meio de uma matriz, no caso, o metal, “Leya cria um mecanismo que permite uma infinidade de novos arranjos para um conjunto de imagens que também pode ser aumentado”, conta Fernanda Pitta. Pequenas variações no desenho da matriz metálica “compõem um universo extenso e, quem sabe, infinito”, diz. São imagens, palavras e sensações que se articulam e recombinam sem nunca se repetir e que “se diferenciam apenas pela quantidade que guardam de um de seus componentes”.

Leia mais: www.leyamirabrander.com.br

Galeria Gravura Brasileira
Rua Ásia, 219, Cerqueira César, São Paulo, SP – CEP: 05413-030

Segunda a sexta: 14h00 às 18h00 ou com hora marcada

Contatos:
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Fone: (11) 3624-0301
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Free Art Fest 26: “A maior exposição de arte grátis do mundo”

É uma exposição que distribui obras de arte gratuitamente. Os locais são galerias, espaços culturais, bibliotecas, praças, parques e até estacionamentos. Através das redes sociais, os artistas são convidados a participar enviando suas obras, tamanho, tema, quantidade são livres. Artistas plásticos, pixadores, designers, escultores, gravadores, artesãos, fotógrafos… É aberto a todos artistas, de todas correntes artísticas. Em suporte ao evento, são convidados writers, DJ’S, MC’S e B.boys para se apresentarem ao vivo dando um ambiente mais original e representando as expressões artísticas da música, dança e pintura. A maioria das atrações são baseados em cultura Hip Hop, mas outras culturas são participantes dependendo da temática do evento. 

Nas últimas edições foram adicionado os artistas performáticos, voltados a cenas musicais e teatrais, cada edição é adaptada para receber novos meios de fazer e mostrar arte.

Para os cineastas independentes foi criado o Cinema Marginal Brasileiro, onde são apresentados filmes independentes, e muitos do circuito underground que somente no evento as pessoas vão poder ter o privilégio de assistir, uma vez que o evento reúne muitas tribos diferentes da sociedade.

Para encurtar a barreira artista-público, alguns artistas são convidados a realizarem oficinas no evento, o público conhece mais o artista e ainda cria um laço artístico.

Cada edição, em forma de apoio ao artista que se destaca com suas obras, ajuda, e comprometimento com o movimento Free Art, é escolhido através de curadoria (dos escolhidos anteriormente) para realziar uma pocket exposição individual, no dia do evento. São chamados artistas Free Art. Após a realização da exposição, o artista transforma em um dos “curadores” da próxima escolha.

São 16 edições realizadas em São Paulo e 1 em Sorocaba, mais de 2.000 obras de mais de 120 artistas ao redor do mundo, já foram distribuídas. Se pudesse reverter em valor seria perto de 200 mil R$, algumas obras criadas exclusivamente para o evento.

O grande desafio do evento é juntar o artista e o público, achar uma pessoa que goste da obra independente do estilo, fama ou bagagem cultural de cada artista.

Dizia a grande marchand, galerista, descobridora de talentos Monica Filgueiras: “_ Você que vai viver com a obra o resto da vida, todo dia olhar para ela, então precisa se encantar com ela.”    

O Free Art Fest mexeu com as barreiras sociais, levando as pessoas menos favorecidas socialmente e artisticamente as galerias, ambiente frio, fechado, aprisionador; as pessoas passaram também a  dismitificar e até  frequentar mais mostras de arte em galerias e  em contrapartida para as galerias nesta nova mudança de postura, criou se novos colecionadores, pessoas que nunca imaginariam que poderiam comprar uma obra de arte e pôr na parede, já tinham esta opção, agora só se valia do encantamento da obra do artista e não por jogos de marketing de galerias.

Um ponto bem positivo no evento é o intercâmbio entre artistas/galerias e artista/artistas, artistas/público e galerias/público. O contato de cada parte se transforma a cada edição, surgem novos projetos, estilos que nunca se encontrariam pelas vias normais agora já são possíveis, parcerias são criadas, novos artistas surgem, antigos artistas retornam, em cada edição é semeada novas metas, sonhos e projetos, pelos “sem galeria , “com galeria”, reconhecidos ou anônimos, todos estão apoiando este novo velho movimento que vem mostrando em 5 anos, o verdadeiro lugar e função da arte, principalmente quem decide o que é arte ou não e provocando novas perguntas e reações no tão controverso mundo da arte oficial.

Evento indicado para o blog por Gejo, O Maldito via WhatsApp.

Exposição “Caminhos de Waldecy de Deus”

De 20 de abril a 14 de maio de 2023
Espaço Cultural Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2.073 – Cerqueira César
De segunda a sábado, das 6h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 22h
Entrada gratuita

Waldecy de Deus, pseudônimo artístico de Waldecy de Deus Fuhrman, nasceu em Boa Nova, Bahia, em 1952. Transferiu-se para São Paulo em 1967, onde começou a pintar seguindo o caminho de seu irmão Waldomiro de Deus.

Com 50 anos de carreira e milhares de quadros pintados, já teve obras expostas na Alemanha, Suíça, França, Itália e Estados Unidos.

Participou de diversas exposições individuais no Sesc, Santos, SP (1970); Grande Hotel da Barra, Salvador, BA (1971); Sesc, São Paulo, SP (1972/1979); Galeria KLM, SP (1974); Galeria Nuclearte, Osasco, SP (1975); Galeria Arumã, Ribeirão Preto, SP; Pintura Primitiva, Jabuticabal, SP (1976); Museu Dimitri Sensaud Lavaud, Osasco, SP (1978/1988); Via Cores, Sesi, São Paulo, SP (2003).

Esteve presente ainda em inúmeras mostras coletivas, como Festival da Batida USIS, São Paulo (1969); Frankfurt, Alemanha; Instituto Brasileiro Americano, Washington, EUA; Universidade de Indiana, EUA (1971); 21º Pittori Naifs Brasiliani, Itália; Birmingham Museum Art, Alabama, EUA (1973); 5º Naifs no Paço Municipal, São Bernardo do Campo, SP (1979); Arte Negra e Raízes, Paço das Artes, São Paulo, SP (1981); Mito e Magia dei Colori, Napoles, Itália (1982); Centro de Arte Primitiva, SP (1992); O Místico na Arte Popular Brasileira, São Paulo, SP (1993); Bienal Brasileira da Arte Sesc, Piracicaba, SP (1994), Naifs do Brasil, Sesc, Piracicaba, SP (1998), entre outros.

Recentemente fez uma linda exposição no Conjunto Nacional da Avenida Paulista que terminou no dia 1° de maio de 2022.

Suas obras estão incluídas no Dicionário de Artes Plásticas, MEC (1979); Artes Plásticas Brasil, 1989 e 1990, Editora Júlio Louzada (1989, 1990); Bienal Brasileira de Arte Naif Sesc, Piracicaba, São Paulo (1994).

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waldecydedeuspintoranaif@gmail.com
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José Carlos: “Gosto de obras que me desafiam”

José Carlos Bacelar Viana

Nascido na cidade de Recife, iniciou no mundo das artes logo cedo. Quando criança, respirava arte por todos os cantos; dentro de casa, no ateliê de seu pai e por muitos os lugares que frequentou em razão do estilo de vida da família. Sua maior diversão sempre foi desenhar e observar todas aquelas obras de arte que lhe cercavam. Mais tarde, no ano de 2014, passou a desenvolver as suas pesquisas e passear por diferentes técnicas de pintura, até que as cores o encontraram e os traços desconsertados começaram a dar vida as suas primeiras obras. Com toda a certeza, a sua maior referência era o seu pai, em todos os sentidos. Porém, em algum momento se libertou daqueles velhos personagens da nudez e dos “narigões”. Foi quando iniciou a sua própria identidade e hoje podemos considerar que o estilo Pop e suas cores vibrantes não deixam de estar presente em suas obras. Em 2018 realizou a sua primeira exposição coletiva no Nannai Resort e em 2019 a sua primeira Solo no espaço CDC no Poço da Panela.

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