Mês: janeiro 2025
Segundo Clarice…
“Como geleiras no verão, e liquefeitos os rios correm.“
Clarice Lispector (Tchetchelnik, Ucrânia, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977). In “A paixão segundo G.H.”
Dois Sóis
O poço
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
Pablo Neruda (Parral, Chile, 12 de julho de 1904 — Santiago, Chile, 23 de setembro de 1973)
Igor Stravinsky de Pablo Picasso revisitado por mim
Desenho feito com caneta-tinteiro de ponta seca usando tinta guache vermelha Caran D’Ache no mesmo papel do poema abaixo.
Ode a um pó mágico desaparecido
Seu nome reluz, é ouro
De transmanuais luas traças
Que nem pra vã ou vir tal como dito
Cuja “persona” és mui atroz
No entanto a sua vida é desta
Tinta vermelha com que te escrevo
Essa ode. Seu sangue é de tons como meu
transe e que desta vida era um só traço
de seu ultrarromantismo real
Falsa maça
19º C
De linhas, entrelinhas,
estrelinhas, de nosso amor mais
que perfeito. Decerto encontrar-
vos-ei em uma estação de trem
distante. Porém não me verás pois
oculto estarei em uma rosa que
seguraras em tuas mãos. No entan-
to tua febre louca e nua inundará
minha mente e me fará lembrar
um sentimento antigo como se
eu já estivesse morrido há
anos e não houvesse deflagra-
do o mesmo.
Aba!
Momento para reenergização
Sonho
Espírito
Tempo
Música
Literat
ura – Livro
das mil
e uma noi
tes – Mutação
Schopenhauer
Filosofia
Chico:
“Exército civil
inconsciente”
Fazem barras
e são duros
(Corpo e alma)