Sambado eu fui porque não
Danço hoje para comer filet mignon
E até, quem diria, arroz com feijão
Não recebo há dias o meu soldo
Acumulam-se contas
Baixa no banco o meu saldo
Preciso muito dar um salto
Mudar de vida e voltar a sambar
Num ritmo miúdo
E dançar apenas no salão
Um tango, um reggae
Sozinho ou mal acompanhado
A esperança é como uma mesa bem posta
Esperando para que alguém venha para
Saciar a sua sede e a sua fome
E que pague com uma nova esperança
De que isso se repita para todos no planeta
E que uns não sejam alimentos do outro
Como nessa imensa cadeia alimentar
Onde prevalece a dita má distribuição de renda
E a lei do mais forte