Torto poema sem nome e sem cor

Não escrevi nem vinte poemas de amor,
Nem uma canção desesperada,
Quanto menos uma letra de música

Não tive nem a coragem, nem o brilho de Neruda
Nem o encanto de compositores como Noel, Cartola
E os da vanguarda da Música Popular Brasileira

Sambei, mas não compus nenhum samba
Simplesmente batuquei no teclado algumas cartas
Poucas enviadas – e que falavam de amor

Minha musa se perdeu com o tempo
E o poema de amor que pretendera escrever um dia
O mar levou em ondas de uma maré que já baixou

Quanto à canção desesperada fiquei devendo
Repeti a ciência ensinada no colégio numa prosa fraca
E esta se perdeu na gaveta de algum professor

O que escrevo agora é um lamento, um choro,
Pois a fraqueza da vida me pegou e minha herança
Será apenas esse torto poema sem nome e sem cor

Autor: ematosinho

Eduardo Matosinho é economista e sociólogo com bacharelado pela Universidade de São Paulo (USP). Tem 59 anos e é casado com Luiza Maria da Silva Matosinho e com ela tem um filho de nome João Alexandre da Silva Matosinho. Trabalha atualmente na Galeria Pontes (https://www.galeriapontes.com.br/), onde já está há 17 anos.

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