Oração de Mãe Menininha

Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois
Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois

Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois
Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois

A estrela mais linda, hein
Tá no Gantois
E o sol mais brilhante, hein
Tá no Gantois

A beleza do mundo, hein
Tá no Gantois
E a mão da doçura, hein
Tá no Gantois

O consolo da gente, ai
Tá no Gantois
A Oxum mais bonita, hein
Tá no Gantois

Olorum que mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum que mandou, ê, ô, ora, iê, iê, ô
Ora, iê, iê, ô, ora, iê, iê, ô

Olorum que mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum que mandou, ê, ô, ora, iê, iê, ô
Ora, iê, iê, ô, ora, iê, iê, ô

Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois
Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois

Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois
Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe, Menininha do Gantois

Ai, minha mãe, minha Mãe Menininha…

Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008).

esses trigênios’ vocalistas

/ que idéia é essa de querer plantar
ideogramas no nosso quintal
(sem nenhum laranjal          Oswald)?
e (Mário) desmanchar
a comidinha das crianças?

poesia pois é
poesia

te detestam
lumpenproletária
voluptuária
vigária
elitista piranha do lixo
porque não tens mensagem
e teu conteúdo é tua forma
e porque és feita de palavras
e não sabes contar nenhuma estória
e por isso és poesia
como Cage dizia

ou como
há pouco
augusto
o augusto:

que a flor flore
o colibri colibrisa
e a poesia poesia

Haroldo de Campos (São Paulo, 19 de agosto de 1929 — São Paulo, 16 de agosto de 2003), In “A educação dos cinco sentidos”. São Paulo: Brasiliense, 1985.

Eu Me Ensinei. Narrativas da criatividade popular brasileira

Em ‘Eu me ensinei’, os artistas são todos autodidatas, mestres de um saber primoroso e intuitivo. A mais pura arte popular brasileira. Escrito com base em mais de cem entrevistas com artistas populares feitas ao longo de anos. Percorrendo diferentes estados brasileiros coletando documentação fotográfica, este livro é um panorama animador que mostra que a arte popular está viva e em constante renovação.

Edna Matosinho de Pontes (Autora)

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Esse livro pode ser solicitado por e-mail (galeria@galeriapontes.com.br) ou por telefone (11 3129-4218 ou 11 9 9781-4370 – WhatsApp).

Com sua luz querida

Com sua luz querida
o sol clareia do dia,
e o poder do espírito,
que brilha em minha alma,
dá força aos meus membros.
No brilho da luz do sol, oh Deus,
venero a força humana
que tu, bondosamente,
plantaste em minha alma.
Para que eu possa estar
ansioso em trabalhar.
Para que eu possa ter
desejo de aprender.
De Ti, vem luz e força.
Para Ti refluem
amor e gratidão.

Rudolf Steiner (Kraljevec, fronteira austro-húngara, 27 de fevereiro de 1861 — Dornach, Suíça, 30 de março de 1925)

Coco de Pagu

Pagu tem os olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-côco quando passa.
Coração pega a bater.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Passa e me puxa com os olhos
provocantissimamente.
Mexe-mexe bamboleia
pra mexer com toda a gente.

Eli Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Toda a gente fica olhando
o seu corpinho de vai-e-vem
umbilical e molengo
de não-sei-o-que-é-que-tem.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Quero porque te quero
Nas formas do bem-querer.
Querzinho de ficar junto
que é bom de fazer doer.

Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Raul Bopp (Vila Pinhal, atual Itaara – RS, 4 de agosto de 1898 — Rio de Janeiro – RJ, 2 de junho de 1984)